O saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) superou a expectativa inicial do Ministério do Planejamento. Segundo estudo divulgado pela Secretária de Planejamento e Assuntos Econômicos (Seplan), de 10 de março a 12 de julho, foram sacados R$ 41,8 bilhões das cerca de 25 milhões de contas inativas do FGTS. Em março, a estimativa de saque das contas inativas era de R$ 34,5 bilhões.
"Nesse período de liberação dos saques do FGTS nota-se aumento das vendas de varejo, em especial de supermercados, celulares e automóveis. Nota-se também redução do uso de cheque especial e cartão de crédito e aumento do financiamento de veículos. Houve redução da inadimplência, do endividamento e do comprometimento de renda, além de aumento da confiança do consumidor e do comércio.Nota-se também aumento da captação líquida das cadernetas de poupança", informa o estudo do Ministério do Planejamento, que usa números de birô de crédito, como o SPC, Banco Central e entidades como Abras (supermercados), Abinee (eletroeletrônicos) e Fenabrave (veículos).
Para o secretário da Seplan, Marcos Ferrari, a estimativa inicial era de que apenas 70% dos saques fossem efetivados, "mas já estamos chegando a 100% de saques, cerca de R$ 43,6 bilhões". De acordo com o estudo, a maioria dos recursos foi utilizada para quitar dívidas (36%). Pesquisas de mercado apontam impactos paralelos da medida, como a redução do uso de cheque especial (-4,5% em abril) e do cartão de crédito (de 15,7% em março para 5,7% em abril).
Em nota, Ferrari informou ainda que os recursos das contas inativas "desafogaram a renda das famílias e permitiram que elas retomassem o consumo. Aliada à atual redução das taxas de juros, a expectativa é de esses impactos se estendam também para os próximos meses", comentou Ferrari.
Fonte: Valor Econômico