Entidades representantes dos serviços de transportes de carga estimam aumento nos valores entre 2,5% a 4% como efeito do aumento de PIS/Cofins sobre o diesel anunciado na quinta-feira pelo governo. Com isso, produtos devem ficar mais caros em lojas e supermercados.
Em nota publicada nesta sexta-feira, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) estimou o impacto mais leve, de 2,5%, enquanto a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística) falou nos 4% de aumento. Varejistas dependem do frete das empresas associadas a essas entidades para vender.
"Os aumentos sucessivos da carga tributária comprometerão ainda mais o desempenho do transporte rodoviário de cargas, que responde por mais de 60% da movimentação de bens e produtos no Brasil", escreveu a CNT, que citou a possibilidade de haver demissões decorrentes da nova alíquota.
"As empresas hoje lutam para sair do vermelho. Qualquer impacto nesse momento, ainda mais dessa natureza, ele é imediato e não tem como não repassar. É mais uma dificuldade que teremos pela frente", disse o presidente da NTC&Logística, José Hélio Fernandes, em entrevista ao Jornal Nacional.
Basicamente, os preços para o consumidor final só não aumentarão no caso de produtores ou distribuidores resolverem arcar com o aumento - ou seja, lucrar menos em vez de cobrar mais caro pelos produtos.
Para a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o acréscimo no valor de combustíveis "terá reflexo em toda a cadeia de abastecimento e irá penalizar todos os setores da sociedade". A entidade escreveu uma nota de repúdio à "decisão do governo de aumentar impostos".
Também no comércio eletrônico, estima-se mudanças. "A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico entende que o aumento dos combustíveis impactará em aumento nos preços e inflação em toda cadeia produtiva brasileira, incluindo a do comércio eletrônico, através do frete das encomendas expressas", afirmou o presidente da entidade, Mauricio Salvador.
Após a alta dos impostos, o Credit Suisse aumentou a previsão de IPCA para 2017 de 3,2% para 3,5%, prevendo que o aumento de PIS/Cofins em combustíveis terá um impacto de 53 pontos base na inflação. Segundo os economistas do banco, o caminho benigno da inflação de alimentos nos próximos meses deve compensar parcialmente o impacto do aumento de impostos.
Fonte: InfoMoney