Londrina enfrenta desabastecimento de combustíveis e de alimentos perecíveis

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No caso dos combustíveis, segundo o sindicato, mesmo havendo a liberação das estradas, os postos de Londrina ainda devem demorar uma semana para regularizar a oferta do produto.

 

Todos os 100 postos de combustíveis de Londrina estão com as bombas vazias. O desabastecimento total ocorreu na quinta-feira, quando a informação foi confirmada pelo Sindicombustíveis. O diretor Claudio Monaco destaca que os estabelecimentos usaram todo o estoque e agora aguardam a liberação dos caminhões nas estradas para repor gasolina, álcool e diesel nas bombas.

 

O diretor destaca que os únicos caminhões com a carga que estão sendo liberados do Pool de Combustíveis de Londrina são para o abastecimento de serviços essenciais à população, como hospitais, transporte coletivo e viaturas policiais. Os demais continuam parados no pátio desde a madrugada de segunda-feira passada.

 

Ainda segundo o diretor, mesmo que a paralisação termine agora, o abastecimento só voltará ao normal em uma semana. Muitos postos de Londrina não dependem do Pool de combustíveis daqui e vão ter que aguardar a carga parada nas estradas chegar à cidade.

 

Outro setor que já está com o estoque no zero é o de alimentos. A Central de Abastecimento (Ceasa) já não tem mais produtos para oferecer aos supermercados e sacolões de Londrina. O gerente Marcos Augusto Pereira diz que as frutas, verduras e legumes já começaram a faltar no início da semana passada. Segundo o gerente, os preços não apresentaram grandes alterações, com exceção do saco de batatas, que custava R$ 90 e foi vendido a mais de R$ 150 no início da semana.

 

A falta de produtos já é percebida nos supermercados, principalmente de hortifrutigranjeiros. Em nota, a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) se mostra preocupada com as “consequências dos bloqueios nas rodovias para o abastecimento de gêneros básicos, notadamente o de alimentos perecíveis, tais como frutas, legumes, verduras, carne in natura e demais categorias de produtos resfriados, como laticínios. Mesmo com o esforço do setor de supermercados para garantir o perfeito abastecimento da população, empresas filiadas à APRAS reportaram que já começam a ter seus estoques de produtos comprometidos. Neste sentido, a APRAS, em sintonia com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), alerta as autoridades do Paraná e do Brasil para que negociem o mais rápido possível com os manifestantes a adoção de providências de curto prazo que permitam a circulação de veículos de cargas perecíveis”.

 

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), um bilhão de aves e 20 milhões de suínos podem morrer nos próximos dias devido à falta de ração. "Os bloqueios interromperam o transporte de ração e de animais vivos. Segundo a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o país deixou de exportar, ao longo dos últimos dias de bloqueios nas estradas, 25 mil toneladas de carnes suina e de frango, o correspondente a cerca de US$ 60 milhões de dólares".

 

Em nota, o Sindicato dos Produtores de Aves do Paraná (Sindiavipar) destaca que “a paralisação já afeta o transporte de grãos até as fábricas de ração e, consequentemente, a entrega de insumos para alimentação das aves no campo. Além disso, há prejuízo na transferência de animais vivos das granjas aos abatedouros e de produtos resfriados entre a indústria e os pontos de venda e exportação. No Paraná, pelo menos oito frigoríficos e quatro incubatórios decidiram paralisar as atividades por falta de matéria-prima ou de espaço para armazenar pintinhos e produtos já processados”.

 

Fonte: CBN Londrina


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