Alguns produtos já estão em falta nos supermercados. Alimentos perecíveis como FLV (frutas, legumes e verduras) e alguns cortes de carne sumiram das prateleiras. Diante da possibilidade de não conseguir receber mercadorias nos próximos dias e para manter os estabelecimentos funcionando normalmente, algumas redes de supermercados decidiram limitar a compra em cinco unidades ou cinco quilos de cada produto.
A medida, de acordo com o gerente de uma rede de supermercados, Marco Aurélio Gonzaga Anselmo, é para evitar uma histeria coletiva para formar estoque de alimentos, além de precaução para que a loja permaneça aberta e que todos tenham acesso aos produtos ofertados. “A medida foi recebida com tranquilidade por parte de nossos clientes”, salientou o gerente.
O atraso nos carregamentos de frutas e legumes no Ceagesp ( Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) não significa que os estoques dos atacadistas irão acabar, nem que os supermercados estejam com as prateleiras totalmente vazias. Esses estabelecimentos têm opções para minimizar a falta de estoque, utilizando veículos pequenos para a retirada dos alimentos nos Ceasas das cidades.
A preocupação é com as alterações nos preços desses produtos. De acordo com Anselmo, no momento, o supermercado que gerencia está com falta de variedade de um mesmo produto. O que antes existiam seis marcas, hoje há no máximo duas. No entanto, produtos como a batata, cebola, tomate e cenoura já estão em falta. “Não acho justo pagar R$ 400 pelo saco de batata e ter que repassar esse preço para o consumidor. Pelo cálculo, teríamos que vender a R$ 30,00 o quilo da batata, um absurdo. Por esta razão decidimos ficar sem o produto”, salienta.
Gerente de uma outra rede de supermercados, Marcos Alves também reforçou que a dificuldade está nos produtos perecíveis. “Nossa rede, que conta com quatro lojas na cidade, tem estoque para mais dois ou três dias para a venda no açougue. Algumas frutas e verduras já estão em falta, mas ainda temos variedade de FLV. Já o pão, caso não seja regularizado o abastecimento, também deve faltar em dois ou três dias, pois não estamos recebendo a farinha de trigo, matéria prima para a confecção do pão em nossas padarias”, afirmou Alves.
ABRAS - A normalização do abastecimento nos supermercados pode levar de cinco a dez dias mesmo com o desbloqueio de estradas, segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Em nota, a entidade informou que ainda não tem uma estimativa sobre as perdas e prejuízos com a paralisação dos caminhoneiros.
Fonte: Jornal de Piracicaba