São Paulo - As vendas de supermercados no Brasil devem ter alta de 2,53% em 2018, informou ontem a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), revisando para baixo a expectativa inicial de crescimento de 3%.
O ajuste foi motivado pela atual conjuntura macroeconômica, incluindo a queda na previsão do PIB para o ano, a inflação em 12 meses mais próxima da meta do governo após a paralisação de caminhoneiros, a alta do dólar e a queda na produção industrial, informou a Abras.
Ainda assim, o desempenho projetado para 2018 supera a alta de 1,25% nas vendas do setor supermercadista no ano passado e, se confirmado, será o melhor desde 2013, quando o crescimento foi de 5,36%.
No primeiro semestre, os supermercados brasileiros venderam 2% mais em termos reais na comparação anual, mostrou o levantamento da associação. Apenas em junho, as vendas subiram 3,37% ano a ano, mas recuaram 0,7% sobre o mês anterior.
Conforme o superintendente da Abras, Marcio Milan, a queda em relação a maio já era esperada e reflete a antecipação das compras em meio à greve dos caminhoneiros no fim de maio. “Algumas pessoas estocaram produtos no final de maio com a preocupação de que a paralisação se estendesse por mais tempo”, disse, citando ainda o desabastecimento de alguns itens em junho.
Milan destacou que a greve dos caminhoneiros também abalou o otimismo do setor, com o índice de confiança do supermercadista elaborado pela Abras em parceria com a GfK caindo a 46,9 pontos no mês passado, ante 51,2% em abril e 48,4 em igual mês de 2017.
Já a cesta de produtos Abrasmercado encareceu 2,7% em junho na base mensal, para R$ 457,27. “Esperávamos que os preços subissem em junho, mas não nesse patamar”, comentou o diretor de relacionamento da GfK.
IPCA - De acordo com ele, a expectativa é de que os preços subam menos nos próximos meses, devendo encerrar o ano com uma alta próxima a 4% ou ligeiramente acima do IPCA.
No mês passado, os itens que mais encareceram foram leite longa vida (+20,87%), batata (+8,3%), frango congelado (+8,13%) e queijo mussarela (+5,81%). Na outra ponta, cebola, creme dental, farinha de mandioca e tomate foram os que tiveram a maior variação negativa.
Regionalmente, apenas o Nordeste registrou queda mensal nos preços da cesta de produtos (-1,59%), enquanto o Sudeste apresentou a maior alta (+6,7%), seguido por Centro-Oeste (+3,65%), Sul (+3,05%) e Nordeste (+2,48%).
Fonte: Diário do Comércio de Minas