A economia brasileira viverá um 2018 de crescimento, ainda que tímido: a alta do PIB ficará em torno de 1,5%, segundo o Banco Central. Para 2019, a previsão é crescer outros 2,5%.
Apesar de contidas, as projeções aquecem diversos setores da economia. No varejo, por exemplo, algumas das áreas responsáveis pelas maiores fatias de venda demonstram perspectivas otimistas. O segmento supermercadista estima, para este ano, crescimento real de 3% no faturamento, bem acima dos 0,8% obtidos em 2017, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Já o setor têxtil e de confecção deverá registrar crescimento de 5,5% em 2018, alcançando R$ 152 bilhões, conforme a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
Para empresas destes e de outros segmentos, acompanhar o ritmo de crescimento é fundamental para garantir competitividade. E, neste contexto, o consenso é de que é preciso melhorar a operação, processos, ambientes, gestão e embasamento para decisões, alavancar resultados e ampliar o market share.
No que se refere ao componente de automação e tecnologia indicado para alcançar tais objetivos, uma das linhas de investimento que se destaca é o segmento de Business Intellgtence, segundo revela um estudo do Gartner realizado com 3 mil CIOs.
Para os entrevistados, o BI é a primeira opção quando se trata de galgar diferenciação e tornar o negócio mais competitivo, especialmente pelo aprofundamento trazido ao conhecimento de dados, recursos e capacidades internas, um conjunto de ferramentas que podem ser usados na melhoria de processos, serviços e produtos.
Douglas Scheibler, CEO da BIMachine e especialista no mercado de BI, explica que tal cenário pode ser alcançado com base em alguns passos, que precisam ser seguidos para assegurar o sucesso das estratégias. O expert lista alguns destes steps para impulsionamento da competitividade empresarial.
1. Medir o progresso
BI ajuda a criar métricas de performance (os chamados KPIs) para os diferentes setores de uma companhia. Isso pode ser feito a partir de inúmeros fatores, tais como tempo, custo, recursos utilizados, escopo, qualidade e ações. Assim é possível acompanhar diversas tarefas ou projetos e observar se eles estão entregando os resultados esperados, ajustando o que for necessário caso estejam aquém do desejado ou com falhas em sua execução.
2. Criar benchmarks
Para uma empresa que busca a excelência e alta competitividade no mercado, estar em linha com as melhores práticas adotadas na indústria é um diferencial – essa comparação em busca de melhorias é o chamado benchmarking. Com base nisso, o uso do BI pode auxiliar empresas a colocar sua operação acima da média em comparação com seus concorrentes, ganhando em questões como agilidade de processos, produção e redução de custos. Além disso, o benchmarking pode ajudar a identificar empresas que podem ser uma ameaça, analisando seus pontos fortes e como sua companhia pode acirrar a competição e melhorar internamente.
3. Melhorar a gestão e aplicação dos dados
Hoje uma empresa que não tem um domínio aprofundado de seus dados está em sérios apuros. Quanto maior a empresa, mais complexo pode ser este trabalho, em meio a diversos sistemas, informações legadas e outras complicações. Entretanto, o uso do BI pode facilitar este trabalho, gerenciando e organizando seus dados, permitindo acesso a informações e registros de qualquer data com maior eficiência. Além disso, uma estratégia bem implementada de BI para seus dados é uma garantia para um futuro mais sustentado de sua operação.
4. Promover a colaboração interna
Antes do surgimento de sistemas de gestão (ERPs) ou ferramentas de BI, era comum as empresas vivenciarem um distanciamento entre seus departamentos, com pouca ou nenhuma integração e colaboração. Com isso, o armazenamento de informações e a gestão destas ficavam em silos e as companhias perdiam a capacidade de tomar decisões estratégicas baseadas no cruzamento e análise de dados de forma interdisciplinar.
Com o BI, isso muda e a informação corporativa passa a circular e a ser compilada de forma horizontal. Ao analisar dados de maneira interdisciplinar, entre os departamentos, a empresa pode ver como cada setor gera efeitos em outros, propondo melhorias de forma muito mais abrangente.
“Integração, colaboração e decisão são itens que dão poder de fogo para o crescimento das organizações, alavancando a competitividade”, finaliza Scheibler.
Fonte: Exame