As vendas de supermercados no Brasil em setembro cresceram 0,47 por cento em termos reais ante mesmo mês de 2017, mas encolheram 0,05 por cento na comparação com agosto, informou nesta terça-feira a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
No ano até setembro, o setor apurou crescimento real de 1,92 por cento contra mesmo etapa do ano passado. A Abras projetava antes alta de 3 por cento nas vendas em 2018. Em julho revisou a estimativa para 2,53 por cento devido à greve dos caminhoneiros.
“No acumulado do ano, acreditamos ainda que chegaremos mais perto da meta”, disse a jornalistas o presidente da entidade, João Sanzovo Neto. Segundo ele, o consumidor se mostrou receoso nos últimos meses com o cenário econômico em meio a disputa eleitoral, mas o setor aguarda o início do novo governo com otimismo.
“Os empresários são a favor de uma economia liberal, com um Estado menor e mais eficiência na aplicação de impostos... O que se ouviu na campanha e agora vem nessa direção”, disse Sanzovo, frisando a importância de reformas previdenciária, tributária.
A Abras divulga a primeira projeção para 2019 em janeiro.
Preços
Em setembro, a cesta de produtos Abrasmercado teve alta de 0,39 por cento sobre agosto, a 460,29 reais, tendo entre as maiores altas o arroz, o frango congelado, o queijo prato e a margarina cremosa. Na outra ponta, cebola, sabão em pó, farinha de mandioca e batata tiveram as maiores quedas.
“Não esperamos ter grandes oscilações nas 35 categorias da cesta até o fim do ano”, disse o diretor da GfK, Marco Aurélio Lima. Segundo ele, a cesta Abrasmercado deve encerrar o ano com alta de cerca de 3,5 por cento, um pouco abaixo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Regionalmente, o Centro-Oeste registrou a maior alta na cesta Abrasmercado em setembro ante agosto (+2,35 por cento), seguido pelo Nordeste (+1,62 por cento), enquanto Sul (-0,7), Norte (0,5) e Sudeste (0,3) tiveram retração.
Natal e reveillón
Para o fim deste ano, a Abras projeta crescimento nominal de 10,27 por cento nas vendas, puxadas especialmente por produtos sazonais, segundo sondagem realizada entre 4 de setembro e 5 de outubro em 102 redes de supermercados.
A estimativa supera a alta de 8,34 por cento esperada para o mesmo período de 2017, o que na avaliação do presidente da Abras ilustra a melhora da confiança dos supermercadistas.
A pesquisa indica ainda que 33 por cento dos entrevistados pretendem contratar mão de obra temporária, ante 23 por cento em 2017. Com isso, o setor pode abrir entre 11 mil e 14 mil vagas temporárias no fim deste ano, incluindo as intermitentes.
Os supermercadistas também preveem alta de 6,92 por cento nas vendas de itens importados, ante 5,83 por cento em 2017. Em relação aos itens sazonais, a expectativa é de alta de 13,1 por cento nas vendas de panetones e de 11,9 por cento nas de pernil.
Fonte: Reuters