Longe de atingir a meta estabelecida de crescer 2,53% em 2018, o setor de supermercados acredita que uma alta de 10, 2% nas vendas de final de ano e a demanda por produtos natalinos “tropicais” possam impulsionar o segmento para um desempenho mais próximo do esperado.

 

“As nossas vendas continuam no processo de estabilidade desde maio. Passadas as eleições, estamos otimistas com as perspectivas de melhor desempenho do setor para as datas comemorativas no final de ano, principalmente com maior procura dos consumidores por vinhos, frutas nacionais e secas”, argumentou o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto.

 

No acumulado do ano, o setor de supermercados apresentou crescimento de 1,92%. Ainda segundo Neto, a estimativa é que o segmento como um todo possa ultrapassar o percentual – por meio das vendas de final de ano – de 2% de evolução.

 

Entre as principais estratégias que serão adotadas para o período, estão ações nos pontos de venda, degustação do produto, promoções, sorteios de prêmios e também brindes para os clientes.

 

De acordo com um balanço realizado pela entidade, para 13,81% dos supermercadistas o vinho importado lidera as previsões de alta nas vendas; logo em seguida vêm itens como panetone (13,06%); carne bovina (12,35%) e cerveja (12,19%).

 

Ainda dentro do estudo, embora tenham sofrido com as variações de preço em virtude do câmbio, os vinhos importados tiveram um acréscimo nas encomendas de 8,04 pontos percentuais (p.p.) ante o mesmo período de 2017, quando o item representava 5,77%. Em relação às frutas importadas, a expectativa é de 11% de avanço nas vendas – incremento de 4 (p.p.) na mesma base de comparação.

 

Dentro da cesta de produtos tipicamente natalinos, o pernil vem ganhando espaço em relação às outras opções de carne, como por exemplo o lombo, chester, tender e peru. Segundo o balanço da Abras, a estimativa é que o pernil registre alta de 3 p.p. em relação ao ano passado. Já o peru, até então um item típico da ceia, teve avanço de apenas 0,07 p.p. na mesma base comparativa.

 

À moda brasileira

 

Para o especialista em varejo da consultoria Azo Negócios, Marco Quintarelli, existem alguns itens que “dificilmente” são eliminados da ceia brasileira, tais como o panetone e azeites. No entanto, ele lembra a tendência que os consumidores brasileiros têm apresentados nos últimos anos para substituir alguns produtos tradicionalmente natalinos.

 

“Existe um movimento para uma ceia com frutas mais tropicais, pernil e também opções de carnes de origem suína”, afirmou Quintarelli.

 

Em perspectiva com o raciocínio do especialista, o presidente da rede de supermercados carioca UNNO, Genival Bezerra, afirmou que uma das possíveis estratégias para driblar a alta de preços é renegociação com fornecedores e investimento em itens alternativos, que consigam substituir os convencionais.

 

“O bacalhau, por exemplo, vai dar mais espaço para as aves e, sobretudo, para os cortes suínos. Nas vendas totais, prevemos um aumento de 10% a 20% para este Natal”, disse.

 

Ainda de acordo com o executivo, caso ocorra alguma repentina oscilação nas taxas de câmbio, os repasses não deverão ser realizados de forma imediata, visando garantir um ganho mais vinculado ao volume comercializado pelos negócios do que sobre o valor agregado de cada item.

 

Fonte: DCI