O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto, disse ontem que espera um aumento da confiança do consumidor e dos empresários com o quadro político definido após as eleições.
"Há expectativa de aumento da confiança. As eleições foram algo apreensivo e agora isso alivia e consequentemente a gente tem um otimismo maior", disse. Segundo ele, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) se aproxima de uma visão mais liberal, "a favor de redução do tamanho do Estado, eficiência da máquina estatal e simplificação tributária e isso vai ao encontro do que se busca hoje". "Nesse sentido, vemos com otimismo" o novo governo.
O setor também está mais animado para este fim de ano. As contratações temporárias devem aumentar em relação às feitas no ano passado. Agora, um terço das empresas pretende contratar temporários para a época das festas. Há um ano a fatia era de 23%, segundo pesquisa que ouviu 102 redes de supermercados.
Também há perspectiva de aumento de encomendas de pernil, tender, panetones, refrigerantes e vinhos no período. O crescimento, para esses produtos, deve ser superior ao dos últimos dois anos. Para pernil, por exemplo, as redes projetam volume 11,9% maior. Em 2017 a alta foi de 8,9% e em 2016, de 9,2%. Para vinhos, a estimativa é aumento de 13,8%, versus 5,7% em 2017 e 8,4% em 2016.
No geral, os supermercadistas esperam expansão nominal de 10,27% nas vendas de fim de ano. Segundo a pesquisa, 84% dos empresários projeta encomendas em mesmo patamar ou superiores a 2017.
Pelos dados, dois terços das redes fará compras em igual volume ao de 2017 e 18% elevará volume - os 16% restantes projetam queda.
Em setembro, os supermercados registraram alta real (descontando a inflação) de 0,47% nas vendas em relação ao ano anterior. No acumulado de janeiro a setembro, houve expansão de 1,92%.
"Em relação à nossa projeção de fechamento de vendas de 2018, de 2,53%, o nosso resultado ainda está abaixo do esperado. O consumidor esteve receoso, mas nossa perspectiva é que isso melhore gradativamente", disse Sanzovo.
Fonte: Valor Econômico