A evolução gradual dos indicadores da economia, como a lenta queda na taxa de desemprego e o aumento da massa salarial, leva a um prognóstico otimista para os resultados do varejo paulista, que deverá encerrar 2018 com crescimento de 5%, segundo a FecomercioSP. A expectativa de faturamento real do setor, aponta a entidade, é de R$ 683 bilhões - R$ 34 bilhões mais que em 2017.
O comércio vem crescendo desde novembro de 2016, o que evidencia a consolidação da trajetória de alta, ressalta a instituição. "Houve redução do desemprego e aumento da atividade econômica, tudo melhorou. E o varejo depende de massa salarial e condições de crédito", indica Fabio Pina, assessor econômico da FecomercioSP, ao se referir a dados mais recentes.
A taxa de desemprego foi de 11,7% no trimestre encerrado em outubro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. O percentual - dentro do esperado por analistas do mercado - é menor que os 12,3% do trimestre findo em julho e que os 12,2% registrados no mesmo período do ano passado.
"Então há um otimismo, sim, que não se deve apenas à reconfiguração do cenário político-econômico, que já era esperada. Os indicadores de confiança, tanto dos consumidores quanto dos empresários, já vinham melhorando", destaca Pina.
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) da Fundação Getulio Vargas (FGV) atingiu em novembro o maior nível desde abril de 2014. No setor supermercadista, o indicador de confiança marcou, em outubro, sua pontuação mais alta desde o início da medição, em 2015, pela Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) em parceria com a GfK.
Essa visão positiva, segundo Pina, poderá acelerar as vendas de Natal. O faturamento do comércio no Estado, em dezembro, deve alcançar R$ 70 bilhões - alta de 5% ante igual período de 2017, calcula a FecomercioSP. A instituição aposta que será o melhor mês de dezembro da série, iniciada em 2008, superando as vendas de fim de ano em 2013, até então as mais altas (R$ 69 bilhões).
A instituição estima que, em 2019, o faturamento do varejo no Estado de São Paulo deverá registrar alta de 4%, com crescimento na maioria das regiões.
Pina pondera, no entanto, que, embora a leitura do setor em relação ao próximo governo esteja correta, o que se reflete em expectativas positivas, o crescimento não poderá se manter apenas em cima de perspectivas. " Precisamos de condições melhores, menos burocracia. Algumas coisas não vão se resolver de um hora para a outra, como uma grande redução de carga tributária. Mas há campo para o governo mexer e de forma rápida." Ele cita as dificuldades para abrir e fechar empresas no Brasil, com sobreposição de exigências, por vezes "conflitantes", nas esferas municipal, estadual e federal.
Fonte: Fecomércio/ Site APAS