Apesar da gradual recuperação da economia, as vendas dos supermercados e hipermercados encolheram no ano passado, segundo a consultoria Nielsen. Ainda em busca de preço, o consumidor preferiu fazer as compras de alimentos nas lojas de atacarejo - atacadistas que vendem também ao cliente final.
Segundo a Nielsen informou ontem, o atacarejo teve alta nas vendas de 13,9% em valor e de 12,8% em volume em 2018 sobre o ano anterior, enquanto nos supermercados houve queda de 2,6% no faturamento e de 2,7% em volume.
O desempenho dos hipermercados foi pior: retração de 5,9% em valor e de 6,4% em volume. A pesquisa envolveu 191 categorias de produtos e considera a taxa nominal de crescimento (sem descontar a inflação).
As lojas de vizinhança, chamados de "mercadinhos", apuraram recuo de 1% em valor e 2% em volume no ano passado.
Ainda ontem, a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) também publicou dados referentes às vendas de supermercados, hipermercados e atacadistas em 2018, mas a entidade não abre desempenho por segmento. As associadas da entidade são donas também de grandes redes de atacarejo, como Atacadão, do grupo Carrefour, e Assaí, do GPA.
Considerando todos os segmentos, diz a Abras, as vendas do negócio alimentar tiveram alta real de 2% em 2018 - abaixo dos 3% previstos inicialmente. "A economia teve dificuldade de se recuperar. O ano não teve o fôlego que esperávamos, com efeito da paralisação dos caminhoneiros e das instabilidades políticas", disse João Sanzovo Neto, presidente da Abras.
A associação observou que, embora tenha sido frustrada a estimativa inicial, a taxa de 2% representa a maior expansão real do segmento desde 2015. Para este, a Abras estima elevação real de 3%.
Apenas em dezembro do ano passado, as vendas reais subiram 3,93% sobre 2017. Em relação a novembro, a expansão foi de 21,13% - em dezembro há o efeito das vendas natalinas.
Fonte: Valor Econômico