O preço da cesta básica na região Norte caiu 0,60% ao longo de 2018 e alcançou no último mês de dezembro o valor de R$ 493,88. No mesmo período do ano anterior, a cesta de produtos básicos das famílias nortistas era R$ 2,98 mais cara, com preço de R$ 496,86. Foi o segundo ano seguido de queda de preço no valor da cesta básica nortista, depois das altas acentuadas de 2015, 2016 e 2017, em razão da recessão da economia nacional. No fim de 2017, por exemplo, o preço da cesta na região chegou a R$ 537,87 (8,18% a mais que o valor atual).
Já na passagem de novembro para dezembro últimos, a cesta da região registrou nova redução, de 0,95%, que em valores representa um decréscimo de R$ 4,73. Em novembro passado, a cesta básica nortista chegou a custar R$ 498,61. Os dados são da pesquisa realizada pela consultoria GfK e analisada pelo Departamento de Economia e Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
A região Norte foi a única que variou negativamente no preço mensal dos produtos básicos. Com a redução, os nortistas deixaram de pagar a cesta mais cara do País. Em primeiro agora está a cesta consumida pela população dos Estados sulistas, no valor de R$ 514,40, que teve aumento de 0,98% em dezembro. As regiões Sudeste e Centro-Oeste também registraram altas nos preços da cesta básica e fecharam o último mês com valores de R$ 449,63 (1,36%) e R$ 442,25 (2,31%), respectivamente. Já a região Nordeste paga o valor médio mais barato do País: R$ 418,64 (+1,17%).
Em todo o País, a cesta básica registrou alta de 0,92%, passando de R$ 461,48 para R$ 465,71. No acumulado do ano, de janeiro a dezembro, a cesta apresentou crescimento de 3,72%. As maiores quedas de preço no mês de dezembro foram registradas em produtos como: farinha de mandioca (-7,18%), massa sêmola espaguete (-5,93%), desinfetante (-4,42%) e xampu (-4,20%). Já as maiores altas foram verificados nos preços da cebola (24,41%), batata (14,30%), feijão (8,54%) e carne traseiro (3,55%).
Na região Norte, as principais reduções foram nos valores da farinha de mandioca (-10,58%), leite longa vida (-8,12%), massa sêmola espaguete (-6,22%), água sanitária (-5,74%), desinfetante (-4,68%) e pernil (-4,47%). Os aumentos mais acentuados, por sua vez, foram nos preços do tomate (14,56%), da batata (10,72%), da cebola (10,38%), do feijão (10,15%) e do biscoito cream cracker (7,93%). A cesta Abrasmercado é composta por 35 produtos mais consumidos nos supermercados: alimentos, incluindo cerveja e refrigerante, higiene, beleza e limpeza doméstica.
Vendas
O ano de 2018 fechou com resultado positivo para o setor supermercadista, que registrou 2,07% de crescimento real na comparação com 2017, de acordo com o Índice Nacional de Vendas Abras. Em dezembro, as vendas do setor supermercadista em valores reais - deflacionadas pelo IPCA/IBGE - apresentaram alta de 21,13% na comparação com novembro e alta de 3,93% em relação ao mesmo mês do ano de 2017.
O resultado acumulado de 2018 é um pouco abaixo da previsão divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). No começo do ano passado, a entidade projetou 3,00% de crescimento nas vendas, e em julho revisou esta perspectiva para 2,53%.
"Após umas das maiores recessões vividas pelo País, a economia brasileira teve muita dificuldade para se recuperar. O ano de 2018 não teve o fôlego que esperávamos para um crescimento mais expressivo. Começamos bem, mas, infelizmente, fomos surpreendidos com a paralisação dos caminhoneiros no final de maio, impactando no preço dos combustíveis e dos alimentos por causa do desabastecimento. Sem esses fatores, provavelmente, teríamos alcançado melhores resultados. Aliado a isso, o consumidor pós-crise que já estava desconfiado e ponderando seus gastos, também teve influência das incertezas do cenário político, causadas pelo ano de eleições. Mesmo assim, crescer 2,00% nesse cenário é muito positivo, e foi nosso melhor resultado desde 2015", declara o presidente da Abras, João Sanzovo Neto.
Sanzovo destaca que, para 2019, as expectativas estão melhores, principalmente após a definição do novo governo, que assumiu em janeiro, e as medidas econômicas já anunciadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de controle de gastos, simplificação de impostos, desestatização do mercado de crédito, entre outros. "Estamos otimistas e esperançosos de que 2019 será melhor que o ano de 2018. As projeções do mercado financeiro estão positivas, com juros e inflação controlados. A confiança dos empresários segue em alta, como vimos na nossa última pesquisa, e diante deste cenário, projetamos um crescimento em torno de 3,00% nas vendas deste ano", afirma.
Fonte: O Liberal