Brasil deve estar fora de cortes do Carrefour

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Líder no varejo europeu, a rede supermercadista Carrefour, hoje a segunda maior do Brasil, atrás apenas do Grupo Pão de Açúcar (GPA), anunciou cortes de 400 milhões de euros após apresentar resultados insatisfatórios das operações na Europa, porém a perspectiva é de que as lojas do Brasil estejam fora desta redução de custos, devido ao impacto positivo da operação nacional nos resultados da companhia.

Especialistas em varejo ouvidos pelo DCI acreditam que o País ainda seja um mercado rentável e que possa receber investimentos ao longo do ano. "O Brasil ainda é visto com bons olhos para os investidores como o Carrefour", afirmou um especialista ligado ao grupo no País. Apesar dos cortes serem maiores fora do País, a rede supermercadista já vinha adotando uma estratégia de limar operações de baixa rentabilidade no mercado brasileiro. Tanto que anteriormente o grupo, detentor das marcas DIA e Atacadão, fechou cinco hipermercados que, conforme a empresa, faziam parte de um projeto de reestruturação das atividades. Ou seja, a reforma de 20 lojas e a expansão da operação de atacado, com a abertura de 17 novas lojas Atacadão.

Segundo Ricardo Pastore, coordenador do Núcleo de Estudos e Negócios da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM), seria contraditório a empresa deixar de investir no local que tem apresentado grandes índices de lucratividade à rede. "Seria incoerente repassar esse corte ao Brasil. As operações dão lucro, o braço Atacadão representa 50% do faturamento da rede no país", disse Pastore.

Para ele, uma das iniciativas que a rede francesa poderia ter no Brasil é fazer novas conversões de bandeira. "Uma boa solução para expandir aqui seria a conversão de operações Carrefour para Atacadão, modelo criado no Brasil e que se mostra cada vez mais interessante e rentável", explica. Pastore afirmou também que a rede francesa deve ficar atenta às mudanças ocorridas no consumidor brasileiro. "Os modelos de hipermercados estão em decadência, o consumidor atual preza por compras rápidas e lugares menores e mais fáceis de transitar".

Redução

A justificativa do segundo maior grupo varejista da Europa, que perde apenas para o concorrente Walmart, em enxugar investimentos deve-se ao menor consumo do público alvo na França, que passa por momentos conturbados na economia. O projeto Carrefour Planet, idealizado para conversão dos hipermercados atuais para modelos mais modernos foi adiado para um futuro não tão distante. Em comunicado, o presidente-executivo da rede Lars Olofsson, afirmou que o Carrefour terá modificações no mercado europeu para se adequar a situação atual dos países em que possui operações. "Em 2012, vamos capitalizar nossas forças e adotar forte disciplina de custo e caixa para ajustar a empresa ao ambiente em que estamos operando." A empresa poderá reduzir os preços dos produtos nas gôndolas na França, Grécia, Espanha e Itália, além de priorizar ações de seu comércio eletrônico.

O lucro líquido do Carrefour apresentou queda de 14,3% no ano passado, com faturamento de 371 milhões de euro frente aos 433 milhões arrecadados em 2010. Além dos 400 milhões de euros que deixarão de ser revertidos à abertura de novas lojas e demais ações de expansão em seu mercado doméstico, a rede francesa estima um controle maior sobre os investimentos que variam de 1,6 a 1,7 bilhões de euros, além de remodelada política de dividendos de 45% do lucro ajustado por itens excepcionais. A empresa também anunciou um corte em seu dividendo.



Veículo: DCI


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