Pouco mais de um ano depois de ter assumido o controle isolado do Grupo Pão de Açúcar (GPA), o Casino deixa claro quem cuida dos seus negócios no Brasil. Ronaldo Iabrudi, recém-escolhido como diretor do grupo francês para o país, foi indicado ontem para participar dos conselhos de administração de GPA e da subsidiária Via Varejo.
O executivo, ex-presidente da Oi (Telemar) e da Magnesita, deve ocupar o posto de Jean Louis Bourgier em GPA, que se aposentou no Casino em 2011 como diretor de operações internacionais.
Em Via Varejo, Iabrudi será indicado para assumir o posto hoje de Abilio Diniz. A participação do empresário brasileiro na companhia de eletroeletrônico não está garantida nos acordos que possui com o Casino.
Contudo, o homem do Casino no Brasil não assumirá a presidência em nenhum dos conselhos. Em GPA, a vaga está vitaliciamente garantida para Abilio Diniz e, em Via Varejo, para Michael Klein.
O nome de Iabrudi ainda precisa ser submetido aos conselhos de ambas as empresas e às respectivas assembleias de acionistas.
O Valor apurou que o objetivo do Casino ao colocar Iabrudi em GPA e em Via Varejo é iniciar uma segunda etapa da tomada do controle do grupo brasileiro. Com experiência como executivo, ele está apto para implementar processos e metas na empresa brasileira, além de fiscalizar de perto as operações e seus administradores.
Quando assumiu o controle de GPA, a confiança em Abilio já havia se quebrado. Com isso, o principal homem do Casino no país se tornou o próprio presidente da companhia, Enéas Pestana. Isso porque mesmo tendo se tornado cocontrolador da rede em 2005, o grupo francês não tinha um profissional aqui dedicado à GPA. Para cuidar de tudo de perto, Arnaud Strasser, braço-direito de Jean-Charles Naouri para as operações internacionais, passou a morar no Brasil.
Ao colocar Iabrudi nos dois conselhos, o Casino deixa claro quem é seu representante no país, permitindo que a companhia continue com um nome forte local mesmo quando chegar a hora de Strasser retornar à França. É possível que ele volte a Paris em 2014. Com isso, a empresa também deixa de ser refém do corpo executivo de GPA, fortalecendo a gestão estratégica da administração. O GPA vale R$ 26,5 bilhões na bolsa paulista.
veículo: Valor Econômico