No país, previsão é de alta de 3,5% nas vendas neste ano
Enquanto o setor atacadista nacional não descarta a possibilidade de rever para baixo as previsões de crescimento para 2014 - em função da crescente desconfiança do consumidor e de uma possível deterioração no mercado de trabalho - representantes do segmento em Minas Gerais seguem otimistas para este exercício. A Associação dos Atacadistas Distribuidores do Estado de Minas Gerais (Ademig) aposta em alta de pelo menos 5% em 2014 em relação a 2013, contra os 3,5% aguardados pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) na mesma base de comparação.
De acordo com o presidente da entidade mineira, Virgílio Villefort, tamanho otimismo dos comerciantes em Minas Gerais está relacionado à Resolução nº 3.166, de 2001, do governo de Minas Gerais, que proibiu a apropriação de crédito do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) nas entradas de mercadorias em Minas Gerais, decorrentes de operações interestaduais, limitando as compras de supermercados, restaurantes e demais consumidores do atacado às empresas sediadas no Estado.
"Foi necessário que o governo criasse algumas regras para as compras interestaduais, pois estávamos perdendo muito espaço para os concorrentes de estados vizinhos como Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal. A partir desta resolução estamos, gradativamente, retomando nosso mercado, já que as compras de empresas lá de fora acabam pagando um imposto mais alto", comemora.
Fim de ano - Outro ponto que deverá beneficiar o desempenho nesse exercício são as vendas no segundo semestre. Segundo Villefort, já é possível observar o aumento típico nas vendas desta época do ano. "Os próximos meses serão intensos, pois à medida que vamos nos aproximando do fim do ano, mais as vendas aumentam", justifica. Este movimento sazonal é constante no setor.
Em relação ao período da Copa do Mundo, Villefort afirma que houve redução de cerca de 5% nas vendas tradicionais realizadas pelas empresas, principalmente de produtos de primeira necessidade. Por outro lado, conforme o presidente da Ademig, foi possível compensar as perdas pontuais com a comercialização maior de bebidas e alimentos como cervejas e carnes e petiscos. "Junho e julho já não são meses fortes para o atacado, porque as pessoas geralmente estão viajando com os filhos por causa das férias escolares. Neste ano foi ainda pior, em função do campeonato Mundial", avalia.
País - Em âmbito nacional, o setor cresceu 2,66% no acumulado dos primeiros cinco meses de 2014, frente ao mesmo período de 2013. Para o encerramento do exercício é aguardada alta de 3,5%, embora o pessimismo ronde o setor e uma revisão das projeções de crescimento não esteja descartada, conforme a Abad.
Ainda assim, a entidade que representa o setor em Minas Gerais mantém o otimismo. "Não acredito que a crise econômica que assola o país chegue ao atacado, principalmente àqueles que trabalham com produtos de primeira necessidcade, como alimentação, higiene e limpeza. Pelo menos num primeiro momento não haverá recessão", aposta.
Os agentes de distribuição são responsáveis por abastecer mais de um milhão de pontos de venda do varejo em todas as cinco regiões do Brasil, com participação de 52% no mercado mercearil brasileiro. Eles movimentam cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e faturaram R$ 197,3 bilhões em 2013.
Veículo: Diário do Comércio - MG