Pequeno negócio cresce com curso adaptado

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Supermercados, mercearias, farmácias e pet shops estão entre os beneficiados pelo projeto da Abad, que profissionalizou cerca de 2 mil varejistas independentes em mais de 15 estados



A parceria da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) com o Sebrae Nacional ajudou cerca de 2 mil varejistas de pequeno porte a aumentar a lucratividade em até 20%. A perspectiva é que o Programa Varejo Competitivo seja ampliado.

"Em 2010, criamos o projeto que tinha como intuito ajudar tanto a cadeia de fornecedores quanto os varejistas", explicou o coordenador do Comitê de Varejo Competitivo da Abad, Walter de Souza ao DCI.

A entidade adaptou alguns dos cursos ofertados pelo Sebrae Nacional e, juntos, conseguiram fazer com que 66% dos participantes aumentassem o faturamento. "Na grande maioria dos casos foi constatado um aumento nas vendas que repercutiu no faturamento mensal desses empresários", disse Souza.

Resultados

Segundo pesquisa realizada após cinco anos da inserção do projeto entre os empresários, foi constatado que o incremento no rendimento mensal dos participantes ficou entre 6% e 10%. "Todos saíram ganhando. Os atacadistas que fornecem quase todos os produtos ofertados por esses empreendedores e os empresários, que melhoraram a competitividade de suas operações", disse Souza.

No caso do Supermercado Pinheiro, localizado em Santa Cruz, município do Rio Grande do Norte (RN), participar do programa rendeu ao proprietário José Pinheiro de Andrade a ideia de ampliar a sua loja. "Mais espaço servirá para acomodar melhor os produtos", explicou o empreendedor em depoimento após a finalização de todo o processo de melhoria de seu pequeno mercado.

Ainda segundo Andrade, a adequação do mix de produtos ofertados o ajudou a reduzir os custos de sua operação. "Eu mantinha grande quantidade de produtos armazenados. Hoje, eu calculo melhor a necessidade dos produtos na loja, de acordo com o giro, e evito investimento indevido."

Gestão

O coordenador do Programa Varejo Competitivo, Walter de Souza, explicou que, após a realização do curso, esses empreendedores contam com um apoio do representante de venda dos atacadistas regionais. "Eles têm o papel de consultores desses empresários. Mais do que vender produtos, eles os ajudam a gerir os estoques e saber o que pode atender a demanda do consumidor", afirmou Souza.

Essa pequena iniciativa aumenta a competitividade dessas empresas frente às grandes redes de varejo. "Os empresários menores têm a vantagem de ser mais rápidos na resposta ao consumidor. Isso não acontece no grande varejo."

Segundo o especialista, a administração que antes era feita de forma intuitiva, para os primeiros 2 mil participantes tornou-se profissionalizada e rentável. Souza explicou também que a primeira fase do projeto contemplou ainda os seguintes números: os participantes tiveram aumento de 10% no faturamento real; aumento de 5% nos postos de trabalho e 60% de melhoria no relacionamento com o atacado fornecedor.

Dos 500 participantes do Programa Varejo Competitivo que responderam ao questionário da Associação Brasileira dos Atacadistas; 83% afirmaram ter feito ajustes no sortimento das lojas. A exposição dos produtos nas gôndolas foi feita por 89% deles.

"Todos os envolvidos no projeto criaram a cultura da ajuda mútua, fato esse pouco comum no País", argumentou Souza. A melhoria na relação com o fornecedor atacadista distribuidor foi destacada por 80% dos varejistas.

A estimativa da Abad e do Sebrae Nacional é que na segunda fase do projeto outros 2 mil empresários passem pelo mesmo processo e obtenham resultados tão bons quanto os da primeira fase.

Resistência


"O complicado foi fazer com que os empresários não desistissem do curso. Nos dois primeiros dias eles iam às aulas. No meio do caminho, muitos desistiam", explicou o coordenador do projeto. Segundo Souza, ao longo dos cinco anos do projeto, a Abad e o Sebrae remodelaram os cursos algumas vezes.

"Para fazer com que o dono da empresa participasse de 100% das aulas, dividimos o curso em duas vezes a três vezes por semana". As entidades tiveram o cuidado de escolher os dias de menor movimento das lojas para que o aproveitamento fosse melhor.



Veículo: DCI


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