As vendas no varejo paulistano registraram queda de 3,3%, em média, no primeiro trimestre do ano na comparação com o mesmo período de 2014. Somente as vendas à vista tiveram um recuo de 3,9% no período, enquanto as vendas a prazo caíram 2,6%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 1, pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP)
O novo presidente da entidade, Alencar Burti, afirma que o desempenho negativo nos três primeiros meses de 2015 é reflexo do cenário macroeconômico adverso e dos ajustes pelos quais a economia passa para tentar recuperar a credibilidade do governo em relação às contas públicas. "Outros fatores são o aumento de tarifas, que comprime a renda, e a queda na confiança do consumidor", afirmou, em nota.
Para Burti, a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff deveria focar o ajuste fiscal "a partir dos gastos públicos, para, depois, olhar para fora, adotando as medidas econômicas necessárias". O executivo diz ainda que após a fase inicial dos ajustes o varejo deve ter uma lenta recuperação. "Esperamos que, passada a fase mais aguda dos ajustes, o comércio possa voltar a se recuperar gradualmente", afirmou.
Além do resultado ruim no trimestre, segundo o Balanço de Vendas da ACSP, nos últimos 12 meses as vendas no comércio paulistano ficaram estagnadas. Na comparação com os 12 meses anteriores, as vendas à vista tiveram alta de 0,1% e as vendas a prazo registraram queda de 0,2%.
Inadimplência
A pesquisa da ACSP mostrou ainda que, no primeiro trimestre de 2015, o Indicador de Registro de Inadimplentes (IRI) registrou queda de 9% sobre o mesmo período de 2014. Para a entidade, o resultado decorre da diminuição da demanda por crédito, já que as famílias têm se mostrado mais cautelosa e menos confiantes para se endividar. "Além disso, a concessão de crédito pelas lojas e financeiras está mais seletiva", afirmou.
Apesar da queda na inadimplência, com menos recursos para negociar, diminuiu também o total de consumidores que quitaram suas dívidas. O Indicador de Recuperação de Crédito (IRC), nos primeiros três meses de 2015, caiu 11% ante o mesmo período 2014.
Veículo: Agência Estado