O Carrefour, maior varejista da Europa, disse que o crescimento das vendas acelerou no primeiro trimestre, impulsionado pelo Brasil, segundo maior mercado do grupo depois da França, enquanto as vendas na Espanha subiram pelo segundo trimestre consecutivo
"No Brasil, o crescimento continuou em todos os formatos", afirmou a companhia em comunicado à imprensa. As vendas orgânicas no país subiram 8,3% no primeiro trimestre, ante alta de 6,8% no quarto trimestre de 2013. No primeiro trimestre, os números foram impactados por um feriado de Páscoa caindo em abril deste ano, ante março do ano passado, além de preços de petróleo mais baixos, disse o Carrefour.
Excluindo esses fatores, as vendas nas mesmas bases subiram 3,7% no resultado geral da companhia, uma aceleração ante os 3,2% de crescimento no quarto trimestre de 2013. Este foi "o melhor desempenho trimestral de crescimento de vendas em mais de dois anos", disse o vice-presidente financeiro da companhia, Pierre-Jean Sivignon. Segundo maior varejista do mundo depois do Wal-Mart, o Carrefour viu as vendas do primeiro trimestre somarem 19,79 bilhões de euros, perto dos 19,83 bilhões de euros previstos por analistas, segundo pesquisa da Thomson Reuters I/B/E/S Estimates.
No Brasil, o crescimento das vendas nas mesmas lojas, que considera os pontos abertos há pelo menos um ano, acelerou para 6,4%, ante 5,6% no quarto trimestre. Para 2015, a companhia afirmou que planeja abrir 10 unidades do Atacadão, sua bandeira de atacado de autosserviço que opera no Brasil. A rede é vista por analistas como um dos principais vetores de crescimento do Carrefour no Brasil devido às suas margens de rentabilidade.
Nesta quinta-feira, o Atacadão abre as portas de sua centésima loja no Brasil, no município de Camaragibe, na região metropolitana de Recife (PE). Líder de vendas no segmento, o Atacadão tem presença em 24 Estados do País, além do Distrito Federal, contando com mais de 26 mil funcionários.
Mundo
Na Espanha, terceiro maior mercado para o Carrefour, as vendas nas mesmas lojas subiram 0,6%, depois de avançarem 0,2% no trimestre anterior, naquele que foi o primeiro período de crescimento em cinco anos.
No entanto, as vendas nos hipermercados franceses, que são acompanhadas de perto pelo mercado, desaceleraram em meio a uma guerra de preços, ao passo que a China, outro importante mercado emergente marcado para expansão do Carrefour, também permaneceu fraca.
Na França, que é responsável por quase metade das receitas do grupo, as vendas nas mesmas lojas nos hipermercados do Carrefour subiram 0,7%, uma desaceleração ante o aumento de 1,4% no quarto trimestre de 2013. As vendas nas lojas chinesas abertas há mais de um ano caíram 3,1% no primeiro trimestre, um recuo similar ao registrado no quarto trimestre.
Sivignon disse nesta quinta-feira que o Carrefour viu o consenso do mercado de cerca de 2,38 bilhões de euros para o lucro operacional deste ano como algo "razoável neste momento". O Carrefour está lutando para reverter anos de fraco desempenho na Europa, onde obtém 73% de suas vendas. Seus problemas são, em parte, devido a uma dependência do formato hipermercado, à medida que os hábitos dos consumidores mudaram para favorecer compras mais locais e online.
Veículo: O Estado de S. Paulo