O presidente da Via Varejo, Líbano Barroso, atribuiu os recentes cortes no quadro de pessoal a uma gestão do "turnover" natural da companhia.
Durante evento realizado na Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul (Federasul), ele foi questionado sobre informações de que a Via Varejo - dona das redes Casas Bahia e Pontofrio - teria demitido cerca de 3 mil pessoas entre maio e junho.
Barroso não confirmou o número, apenas lembrou que o grupo conta com 65 mil funcionários, sendo que a rotatividade é de 25% ao ano, o que corresponde à movimentação de 15 mil trabalhadores. "É natural haver esse movimento e o que nós fazemos é administrar esse turnover de acordo com essa visão do que está acontecendo com a economia", disse.
Barroso também não antecipou o desempenho da Via Varejo no segundo trimestre, mas disse que a empresa vai seguir os números, que são públicos, da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE), que mostram uma retração do setor.
"O que fazemos é buscar produtividade e ajustes necessários dentro dessa administração natural do turnover que temos no ano". Barroso ainda destacou que, em meio ao ambiente desafiador, é preciso manter uma visão de futuro. "O Brasil tem muitas possibilidades, tem demanda reprimida em inúmeros produtos, como ar condicionado e lavadoras. E com toda essa questão de preço de energia, crise hídrica, esses equipamentos de última geração representam sustentabilidade."
Expansão
O executivo reafirmou a meta de abrir 210 lojas da Via Varejo no Brasil entre 2014 e 2016. Até agora, já foram inauguradas 110, a um custo médio de R$ 3 milhões cada uma. Em 15 dias, o grupo deve abrir uma unidade da bandeira Casas Bahia em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A loja representará a volta da marca ao Rio Grande do Sul, que deixou o estado em 2009. Hoje, a Via Varejo tem 26 estabelecimentos no território gaúcho, sendo todos eles da bandeira Pontofrio.
No que se refere à inadimplência, o executivo lembrou que a Via Varejo toma risco em 15% das vendas, que correspondem ao crediário próprio do grupo. "Vemos ao longo do ano um aumento muito pequeno na inadimplência, não estamos preocupados", avaliou. De acordo com Barroso, há melhora na recuperação do crédito provisionado, o que faz com que a inadimplência líquida de recuperações mantenha um nível superior ao do ano passado, mas longe de estar alarmante.
Barroso afirmou que o grupo mantém planos de expansão apoiado na crença de que o Brasil tem oportunidades de crescimento, apesar do momento de crise vivido pela economia, que afeta diretamente as vendas no varejo. "Estamos vivendo um cenário desafiador que mudou muito rápido. Mas a volta também pode ser rápida."
Veículo: Jornal DCI