Há quatro anos, essa fatia era de 4%. Participação do setor já supera a dos hipermercados
SÃO PAULO- Levantamento da consultoria Kantar Worldpanel revela que a busca por preços menores está colocando os “atacarejos” no radar do consumidor. Hoje, de tudo que é comprado pelos brasileiros e vai para o domicílio, 7,1% vêm dos “atacarejos”. Em 2011, eram 4%.
— Os supermercados ainda são a principal fonte de abastecimento e respondem por 51% de tudo que é comprado e levado para casa. Os hipermercados ficam com 4% e os mercadinhos de bairro, 26%. Mas os “atacarejos” estão avançando — diz a gerente de varejo da América Latina da Kantar Worldpanel, Flavia Amado. Em geral, os “atacarejos” oferecem 30% menos produtos do que os supermercados e se concentram em itens básicos, o que reduz as compras por impulso e ajuda ainda mais no controle do orçamento, dizem os especialistas. Pesquisa da consultoria Nielsen mostra que o consumidor está retomando o hábito da compra do mês, principalmente por causa da inflação, o que também estimula as vendas em quantidades maiores.
— Verificamos a volta do hábito de compra do mês. O brasileiro vai menos ao supermercado e evita a compra por impulso. Os “atacarejos” ganham força já que existe um ganho econômico real em diversos produtos — diz Lucas Copelli, diretor de varejo da Nielsen.
Tanto os especialistas em varejo como os próprios atacadistas afirmam que desde os consumidores mais abonados da classe Ae B até aqueles com orçamento mais restrito, das classes De E, passaram a frequentar com mais assiduidade os “atacarejos”. O presidente do Assaí, Belmiro Gomes, observa que as novas unidades da rede já estão ganhando mais conforto, como ar condicionado, e já existe a opção de pagar com cartão de débito e crédito. — Hoje já aceitamos até alguns vale-alimentação — diz ele.
Veículo: Jornal O Globo