Possibilidade foi confirmada pelo propriétario
Mais uma empresa de Minas Gerais teria encerrado as atividades em decorrência do cenário econômico de recessão brasileira. Com mais de 50 anos de atuação, o União Atacado Distribuidor, com sede em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, teria suspendido as atividades e demitido mais de 100 funcionários na semana passada. A empresa chegou a ter 13 filiais operacionais no País.
Procurado pela reportagem, o proprietário do atacadista, Geraldo Caixeta, não confirmou o fechamento da empresa, mas admitiu a possibilidade de isso ocorrer. “Ainda estou avaliando a documentação e o processo a ser feito. Mas isso infelizmente deve acontecer”, afirma.
Conforme ele, os motivos que fizeram a empresa chegar a essa situação foram vários. Ele chegou a citar o cenário econômico brasileiro e a guerra fiscal entre os estados, sem, no entanto, entrar em detalhes.
A empresa, que até 1990 era conhecida como Armazém União e naquela época comportava no máximo 350 itens de venda, chegou a 2014 com cerca de 3 mil itens no mix e mais de 600 profissionais, incluindo representantes de vendas, agentes e supervisores em uma atuação pulverizada por 13 estados. No entanto, devido uma série de dificuldades financeiras, o atacadista estaria atualmente em processo de recuperação judicial.
Além disso, no ano passado, com início das discussões sobre o fim do regime de tributação especial aplicada em Minas Gerais para o setor, o atacadista foi um dos primeiros a alegar que deixaria as atividades no Estado devido à expectativa de aumento de custos.
Setor - Mas, depois de um longo período em negociação, representantes do setor conseguiram um acordo com a Secretaria de Estado da Fazenda (SEF) para garantir o regime de tributação especial para uma parte considerável das empresas.
Até 2015, o setor trabalhava com um regime de tributação especial, no qual o pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) ocorria após a venda dos produtos. Mas, com o intuito de aumentar a arrecadação, por meio de medida publicada em julho de 2015 no Diário Oficial do Estado, o governo passou o recolhimento do imposto para o momento em que os produtos fossem adquiridos em outros Estados e entrassem em Minas Gerais.
A mudança foi vista de forma negativa pelos atacadistas por causa do risco de bitributação. Porém, levando em conta risco de elevação dos custos para o setor, em abril deste exercício, a SEF voltou atrás em sua decisão. Com a medida, as empresas que têm mais de 95% de compras realizadas junto às indústrias tiveram o regime especial de tributação mantido.
Além disso, aqueles que têm suas mercadorias vendidas fora do Estado também tiveram direito ao regime especial, o que evita a bitributação. Para ter acesso a esse tipo de recolhimento, porém, é preciso que as empresas estejam rigorosamente em dia com todas as obrigações fiscais.
Veículo: Jornal Diário do Comércio