Vendas nos supermercados surpreendem.

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Apesar do cenário adverso, Amis aponta crescimento de 2,97% no primeiro semestre em Minas


Os supermercados de Minas Gerais viraram a primeira metade do ano com alta de 2,97% nas vendas na comparação com o mesmo período de 2015. O desempenho foi apurado pela pesquisa mensal “Termômetro de Vendas”, da Associação Mineira de Supermercados (Amis), divulgada ontem. Apesar do resultado positivo, os números do setor no acumulado do ano vêm perdendo força desde abril (3,75%), revelando os efeitos que a inflação elevada e o desemprego têm tido sobre o segmento.
 
 Mesmo com o cenário de retração que se desenha para os supermercadistas – tendência que deve ser mantida para o restante do ano -, o superintendente da Amis, Antônio Claret Nametala, avalia que o resultado do primeiro semestre acabou surpreendendo de forma favorável. A estimativa dos supermercados de crescimento no faturamento para 2016 é de 0,5%, mas, segundo Claret, diante do número alcançado nos primeiros seis meses, o percentual pode vir a ser revisto.
 
“A gente pode fazer uma revisão no próximo mês, ou em setembro, em relação à curva de crescimento, que pode ser maior do que a inicialmente estabelecida. A alta das vendas no semestre em 2,97% foi surpreendente para nós no sentido positivo. Mas temos essa curva de queda mês a mês, então a gente vai esperar, observar, para fazer essa revisão ou manter a meta em 0,5%”, explica o superintendente.
 
Em junho, frente ao mesmo mês do ano passado, o setor registrou um incremento de 1,93% nas vendas. Em relação a maio, porém, os supermercados apresentaram queda de 1,46%, a terceira seguida do segmento em 2016 nessa base de comparação. Neste ano, aliás, o único mês que se salvou frente ao mês anterior foi março (6,80%).
 
Claret analisa que a mudança no comportamento do consumidor de priorizar a alimentação em casa tem ajudado a equilibrar as vendas dos supermercados, mas, ainda assim, é possível observar o processo de retração no consumo.
 
“Em junho, percebemos que tivemos uma procura muito em torno do que o consumidor utiliza para o dia a dia, enquanto os produtos que não são considerados essenciais tiveram menor demanda. Tivemos uma queda grande no consumo de vinhos, por exemplo. É o consumidor buscando equilibrar as suas contas e gastar o mínimo possível com aquilo que não é prioridade”, analisa.
 
Os supermercadistas entrevistados na pesquisa relacionaram a redução nas vendas de junho sobre maio ao alto índice de desemprego do País, a baixa confiança do consumidor e ainda ao calendário, já que junho teve um domingo a menos que o mês anterior, que também conta com um dia a mais.
 
 Efeito Samarco - Na análise regional, os supermercados do Vale do Rio Doce foram os que apresentaram a maior queda no Estado (-2,27%) e a Zona da Mata registrou o menor índice (-1,03%). Para o superintendente da Amis, o pior desempenho da região está relacionado ainda aos efeitos do rompimento da barragem de Fundão em Mariana, da Samarco, em novembro do ano passado, que trouxe grandes impactos ambientais e econômicos para o Vale do Rio Doce.
 
“O poder de compra de muitas pessoas (no Vale do Rio Doce) ficou reduzido. É uma região que está sofrendo muito por causa do acidente e ainda não voltou à normalidade. Além disso, não tem existido um fato novo que estimule a economia nessa região”, conclui.
 
Veículo: Diário do Comércio de Minas


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