Maioria fecha lojas mais cedo
A maioria dos supermercados mineiros e outros estabelecimentos do varejo alimentício de Belo Horizonte gastam até 20% do faturamento com segurança para fazer frente ao aumento da violência. Além disso, os empresários já adotaram uma série de medidas preventivas, como alterações nos horários de funcionamento e reforço da proteção.
Os dados são da Pesquisa de Vitimização do Segmento Supermercadista, realizada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sincovaga/BH), em parceria com a Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), divulgada na sexta-feira (30).
O levantamento mostrou que em 44,5% das empresas avaliadas houve algum tipo de ocorrência, com destaque para os furtos a lojas (37,4%), assalto à mão armada a comerciários (26,8%). Diante deste cenário, 42,4% dos supermercadistas mudaram algum processo com medo da violência.
“Essa pesquisa trouxe um quadro geral da percepção do varejo do setor alimentício da Capital sobre a situação de insegurança generalizada dos estabelecimentos, que teve uma explosão significativa este ano”, afirmou o presidente do Sincovaga/BH, Gilson de Deus.
A percepção de insegurança do empresário do setor aumentou significativamente, com base nas informações do levantamento. Em 2015, apenas 19,8% dos supermercadistas consideravam um risco manter a loja aberta até mais tarde. Neste ano, o número saltou para 87,5%. Da mesma forma, o funcionamento dos estabelecimentos aos finais de semana é perigoso para 80% dos entrevistados, contra 13,5% no exercício passado.
Este aumento do medo já está provocando mudanças de hábitos no setor. De acordo com a pesquisa, 43,9% dos supermercadistas mudaram os horários de funcionamento das lojas; 29,5% passaram a guardar objetos de valor em outros locais; e 24,5% reforçaram a proteção.
“Percebemos que o empresário do segmento sente maior insegurança dentro do estabelecimento. Isso faz o supermercadista tomar medidas de prevenção e muitos têm reduzido o horário de funcionamento, por exemplo”, argumentou a analista de Pesquisas da Fecomércio Minas, Elisa Castro.
O estudo apontou ainda que 88,9% dos supermercadistas e estabelecimentos do varejo alimentício da Capital gastam, em média, até 20% do faturamento com segurança. Para 10,5% das empresas, esses custos chegam entre 20% e 30% da receita; e, para 0,6% dos comerciantes do setor, os investimentos em aumentar a segurança atingem mais de 30% do giro financeiro.
“O aumento dos gastos (com segurança) aconteceu de forma geral. Agora, as decisões tomadas passaram a levar em consideração a segurança. Isso representa um custo adicional e percebemos um crescimento de 30% nesses gastos nos dois últimos anos, quando a situação ficou mais crítica devido ao cenário nacional”, lamentou o presidente do Sincovaga/BH.
Os investimentos direcionados para aumentar a segurança nos estabelecimentos são feitos, por exemplo, em circuitos internos de TV, alarmes, cercas elétricas, vigias armados, grades em portas e janelas, como apontou o estudo. A maior parte dos recursos é aplicada em circuitos internos de TV (38,8%) e em alarmes (26,6%).
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas