A Cooperativa de Consumo (Coop), rede de supermercados e drogarias com forte atuação na região do ABC paulista, vai aumentar os investimentos em 2018, para R$ 94 milhões. A empresa prevê uma melhora do cenário para o setor, com o crescimento do faturamento ganhando força.
Este ano, a receita bruta do varejista cresceu apenas 4%, em termos nominais (praticamente em linha com a inflação esperada para o ano), atingindo R$ 2,2 bilhões. O resultado foi impactado, principalmente, pela deflação de alimentos, já que a queda nos preços não foi compensada por um aumento equivalente do volume, explica o diretor presidente da companhia, Márcio do Valle.
Para 2018, a perspectiva da empresa é que o cenário do setor melhore e que o avanço da receita bruta acelere, atingindo alta de 8%, também em termos nominais (sem descontar os efeitos da inflação).
Em relação aos investimentos previstos para o ano que vem o executivo afirmou, em entrevista a jornalistas, que a maior parte, algo em torno de R$ 51 milhões, será destinada à reforma de unidades já existentes. Estão previstas nove reformas de supermercados da marca, sendo que quatro serão reformulações significativas das unidades. A segunda maior fatia, de R$ 17 milhões, será usada na construção de mais uma operação de supermercados. Além disso, estão previstos mais cerca de R$ 5,4 milhões para a construção de nove drogarias, R$ 2 milhões para um novo posto de combustível, e outros aportes em tecnologia da informação e na parte logística.
Este ano, os investimentos da empresa totalizaram R$ 63 milhões, com a abertura de duas lojas e três farmácias. Para as inaugurações foram destinados R$ 19 milhões. Nos anos anteriores, 2015 e 2014, os investimentos foram semelhantes ao previsto para 2018, na ordem de R$ 90 milhões.
No consolidado deste ano, a Coop registrou crescimento no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). O lucro operacional da empresa, segundo Valle, cresceu 7%, na comparação com o desempenho visto no ano passado. Em relação ao lucro líquido, o executivo disse que ainda não possui números fechados do período. “Mas, descontados alguns efeitos extraordinários que tivemos no ano passado, devemos apresentar um resultado melhor no balanço deste ano”, afirma. Os números fechados do ano devem ser divulgados pela Coop nos primeiros meses de 2018.
Foco nas farmácias
Atualmente, a cooperativa possui 31 supermercados, todos com drogarias internas; 14 farmácias de rua e três postos de combustíveis. Daqui para frente, o plano de expansão da empresa vai focar, principalmente, no varejo farmacêutico. Em um prazo de quatro anos, a companhia pretende chegar a 80 lojas, considerando as unidades dentro dos supermercados. Se concretizado o plano de crescimento, o número de drogarias praticamente dobraria, já que hoje são 45. De acordo com Valle, as farmácias representam 17% do faturamento global da empresa – participação que vem em trajetória ascendente desde 2013.
A aposta da empresa nas drogarias ocorre pela maior rentabilidade, em comparação com os supermercados. Valle explica que as farmácias vendem produtos com um maior valor agregado, e que possuem uma margem de lucro maior, em relação aos itens vendidos no varejo alimentar. “Nos supermercados, as margens de lucro são pequenas”, afirma.
Reforma trabalhista
Na ocasião, o presidente da Coop comentou ainda sobre a reforma trabalhista, que entrou em vigor no mês passado. Segundo ele, a empresa tem interesse em começar a contratar pela modalidade do trabalho intermitente, que passou a ser permitida pela nova legislação trabalhista, mas está esperando as incertezas sobre as novas regras se dissiparem.
“Provavelmente vamos adotar o trabalho intermitente no meio do ano que vem”, diz. Ele destacou ainda que outras duas grandes vitórias para o setor, aprovadas este ano, foram a lei da terceirização, que permitiu terceirizar mesmo as funções consideradas “fim”, e o reconhecimento dos supermercados como atividade essencial da economia.
Fonte: DCI São Paulo