Apesar do ano estar sendo atípico, o Grupo DIA - empresa de distribuição internacional que opera na Espanha, Portugal, Brasil e Argentina - divulgou um aumento de 6,3% em suas vendas líquidas (o equivalente a 1,8 bilhões de euros), proveniente das iniciativas de transformação que tomou e do comportamento do consumidor em relação ao confinamento causado pela Covid-19. O resultado foi positivo, segundo a rede, mesmo havendo a redução de lojas e alguns efeitos monetários adversos sofridos pelas moedas brasileira e argentina, durante esta pandemia.
"Os resultados financeiros do segundo trimestre demonstram o impacto positivo da resposta adotada à situação do COVID-19 e a transformação dos negócios que estamos executando. Os clientes estão respondendo à nossa atraente oferta de proximidade e aos nossos novos recursos de vendas online, e os números positivos para vendas comparáveis (like-for-like) em junho e julho, após o confinamento, são um bom indicador desse progresso", explica o presidente do Grupo DIA, Stephan DuCharme.
Para que se tenha uma ideia do cenário, as vendas comparáveis (like-to-like) tiveram um aumento de 14,9% no 2° trimestre deste ano. Ou seja, todos os mercados da rede apresentaram resultados positivos, pela primeira vez, desde o 4° trimestre de 2016, impulsionados por um aumento no valor médio da cesta de compras, que compensou a diminuição no número de tickets. Com isso, o lucro bruto foi de 403 milhões de euros, o que representa um aumento de 4,4% como percentual da receita líquida, devido ao aumento nas vendas e aos primeiros resultados positivos do programa de excelência operacional lançado no 2° semestre de 2019.
Os resultados levaram em consideração os custos com o pessoal, que foi de 191 milhões de euros e representou um ligeiro aumento devido ao impacto das medidas de eficiência de pessoal implementadas em 2019 e que foi compensado pelo pagamento do bônus e pelas necessidades de pessoal relacionadas à situação do coronavírus.
As despesas operacionais também tiveram uma redução de 1,4% como percentual da receita líquida, graças à adoção de medidas de redução de custos e à diminuição do investimento em publicidade, durante o confinamento, segundo a companhia.
"Controlamos os custos da companhia, mesmo com o aumento das exigências por medidas de proteção e reforço de pessoal em todo o setor, graças às decisões de eficiência tomadas em 2019, juntamente com os principais indicadores financeiros - como melhoria do capital de giro e fluxos de caixa positivos - que estão se movendo na direção certa. E neste segundo semestre continuaremos com a implementação de iniciativas de transformação dentro do escopo estratégico já adotado, focando nos pilares fundamentais do nosso modelo de franquia e em uma proposta de valor comercial aprimorada, apoiada na otimização da eficiência operacional", completa DuCharme
O EBITDA ajustado foi de 60 milhões de euros, impulsionado pelo aumento no volume de vendas e pela melhoria da margem bruta provocada por uma firme disciplina de custos, de acordo com o Grupo. A liquidez disponível permenece estável, com 435 milhões de euros e melhora no perfil de vencimento da dívida, após o contrato de refinanciamento alcançado em 2019. Sendo assim, a dívida financeira líquida caiu para 1.253 milhões de euros.
Outras medidas tomadas no primeiro semestre:
Otimização do sortimento comercial: implantando cerca de 500 lojas na Espanha e priorizando o abastecimento de frutas e legumes frescos;
Marca Própria: desenvolvimento e introdução de novos produtos na Espanha e no Brasil, no âmbito de uma nova proposta que combina qualidade, relação custo/benefício e embalagens mais atraentes;
Vendas online e entrega expressa: em operação nos quatro países, após a sua introdução ter sido acelerada para atender à demanda dos clientes, durante o período de confinamento, e também posteriormente, como prioridade para satisfazer as tendências de compra dos clientes a longo prazo;
Franquias: introdução de um modelo de franquia aprimorado, baseado em incentivos e focado no cliente, implementado em 470 estabelecimentos na Espanha, e o lançamento de uma oferta adaptada a outros mercados;
Operações: focada na eficiência dos custos e na redução da complexidade no relacionamento com fornecedores, estoques, logística e gestão de compras e suprimentos; início de novos planos logísticos e renegociação de aluguéis em todos os mercados.
Fonte: Super Varejo