St Marche é mais uma varejista que vai abrir seu capital

Leia em 3min 40s

Com capitalização, companhia visa impulsionar expansão e colocar seu caixa em dia

 

As redes St Marche e Empório Santa Maria, da holding Hortus, convocaram os sócios para aprovar, na sexta-feira, uma proposta de abertura de capital. A operação deve ocorrer num momento que a rede cresce acima do mercado em vendas, mas acumula prejuízo há três anos e renegocia dívidas com bancos, segundo relatório da auditoria E&Y que acompanha as demonstrações financeiras de 2020.

 

O parecer do auditor e os resultados anuais foram divulgados dias antes da chamada da assembleia para aprovar a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

 

Haverá emissão de novas ações e oferta de papéis dos controladores, com desdobramento das ações na proporção de três para um. O prospecto da oferta também deve ser aprovado na assembleia da sexta-feira. Bernardo Ouro Preto e Victor Leal são acionistas fundadores do grupo – eles abriram o St. Marche em 2002.

 

Em 2016, os sócios venderam 52% da empresa ao fundo americano Catterton principalmente para reduzir endividamento e voltar a acelerar aberturas, numa operação de R$ 226 milhões. A empresa foi avaliada em pouco menos de R$ 500 milhões. Os acionistas brasileiros ficaram com a fatia restante. Naquele ano, eram 20 pontos do St. Marche no país e o plano era, após o aporte, atingir 60 lojas em 2022. Hoje, são 21 unidades, além de uma loja do Empório Santa Maria.

 

Segundo o relatório da auditoria da rede, a E&Y, publicado neste mês e assinado em 7 de julho, a companhia fechou 2020 com capital circulante negativo de R$ 228 milhões (ativo de curto prazo menor que o passivo) e patrimônio negativo de R$ 163,2 milhões, com prejuízos desde 2018.

 

A E&Y ressalta que a companhia concluiu haver “expectativa razoável quanto a sua continuidade operacional”, citando medidas já implementadas e em andamento. O auditor considerou “aceitável” o julgamento da administração.

 

Essas medidas são detalhadas, segundo o auditor, nas notas explicativas, que não foram publicadas junto com as outras peças das demonstrações financeiras. Um aviso informa que elas estão à disposição na sede do grupo.

A auditoria também chama a atenção – “ênfase”, no jargão – para a reapresentação das demonstrações de 2019 e 2018, para corrigir erros e aprimorar o material para que se possa avançar no registro da empresa.

 

Segundo as demonstrações publicadas, a venda líquida subiu 23% em 2020, para R$ 810,5 milhões, e o prejuízo foi de R$ 10,4 milhões, frente a perda de R$ 37,2 milhões em 2019 e de R$ 51,6 milhões em 2018.

Os empréstimos e financiamentos de curto prazo eram R$ 203 milhões, quase 19% acima de 2019. O caixa somava R$ 65 milhões, pouco mais que o dobro de 2019.

 

Nos comentários da administração sobre os resultados, a Hortus diz que, “pelo primeiro ano, no histórico recente, apresentou um resultado do lucro líquido ajustado positivo”, refletindo um “sólido resultado das entregas em 2020”, um ano em que a crise acelerou a venda de alimentos. A administração cita ainda que vem buscando reduzir alavancagem, e que o nível de endividamento havia diminuído no ano passado.

 

Ainda relata também que o conselho de administração aprovou, meses atrás, um plano para voltar a investir em lojas físicas e alcançar expansão “sustentável”. “Desta forma, esperamos adicionar 4 novas lojas, sendo 3 lojas da marca St Marche e a 2ª loja da marca Empório Santa Maria, atingindo 25 lojas ao final de 2021”, informou o comando em seus comentários.

Procurada, a empresa não se manifestou.

 

No edital de convocação da assembleia, ao citar a Hortus, a empresa não menciona a operação do Eataly no país, negócio dos sócios brasileiros numa parceria com o grupo italiano dono da marca. A operação estava buscando outros sócios e uma nova capitalização, após o negócio – que inclui um braço de restaurantes – ter sentido o impacto do fechamento durante a crise, como relatou o Valor em abril. Os atuais acionistas fariam um aporte para dar algum fôlego financeiro e um novo parceiro injetaria recursos para a expansão.

 

Fonte: Valor Econômico 


Veja também

Nova loja de supermercado abre 281 vagas de emprego em Santa Bárbara d'Oeste

O Supermercado Assaí Atacadista está com 281 vagas de emprego abertas para a cidade de Santa Bárbar...

Veja mais
Cencosud Ventures: novo braço de investimento para startups na América Latina

Como parte de seu processo de evolução digital, a holding capacitará várias empresas de tecn...

Veja mais
GPA vai acelerar aberturas de Minuto Pão de Açúcar

O bom desenho do Minuto Pão de Açúcar no segundo trimestre e no ano, animou a GPA. O desempenho no ...

Veja mais
Matão ganha primeiro atacarejo até o Natal

Enquanto a loja não abre, população está de olho nos quinhentos postos de trabalho abertos p...

Veja mais
Balanços dos maiores refletem mudanças no varejo

Movimento nos atacarejos disparou no primeiro semestre e há grande oportunidade para expansão   As ...

Veja mais
Lopes Supermercados celebra 47 anos de atividade

Rede festeja aniversário com promoções e sorteio de uma casa entre os clientes   A má...

Veja mais
Mart Minas inaugura sua 46ª loja na cidade de Juiz de Fora

    Segunda unidade em Juiz de Fora, esta é a sexta inauguração de 2021, seguindo o p...

Veja mais
Instituto BIG abre seleção para a Escola Social do Varejo

Cem vagas gratuitas são oferecidas para candidatos do estado de São Paulo que também recebem dicas ...

Veja mais
Plano de expansão da rede Pague Menos tem no radar 34 lojas

Grupo acaba de investir R$ 20 mi na loja inaugurada em São João da Boa Vista; a próxima será...

Veja mais