O Carrefour tem se unido a startups e lançado mão de informações obtidas por meio do banco próprio para entender melhor os clientes e oferecer mais serviços. “O consumidor espera de nós mais do que uma loja de alimentos. Temos de crescer muito na área de serviços. Para isso, é preciso entender individualmente o cliente”, afirma o executivo Sebastien Durchon, vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores.
Uma das parcerias mais recentes anunciadas pela empresa foi com a Ame Digital – fintech e plataforma mobile de negócios. Há mais de dois anos, na época da aquisição do site de receitas CyberCook, o objetivo já era aumentar a presença online.
“Nós estamos investindo muito na parte de tratamento de dados. É uma mudança grande no varejo alimentar. Por muitos anos, gastamos milhões e milhões com propaganda. Agora, estamos investindo em tecnologia”, diz Durchon.
Cartão e conta digital
O Banco Carrefour também tem sido peça-chave na atração de novos consumidores. A instituição é a quinta maior emissora de cartões de crédito do Brasil. Mas a aposta mais forte, agora, é na carteira digital para pessoas físicas. A ideia é atrair quem, por algum motivo, não tem o cartão aprovado. São milhões de clientes dos hipermercados sobre os quais a empresa ainda sabe pouco.
“Os clientes da carteira digital têm os menos benefícios dados aos que são portadores do cartão. Por trás do benefício, claro, está a venda da mercadoria. Mas nossa visão é de que a carteira digital é uma forma de relacionamento com o cliente.”
Outro foco do banco são os clientes B2B do Atacadão, responsáveis por 50% das vendas da rede que pertence ao grupo e que deve incorporar a marca Big, adquirida neste ano. Até pouco tempo, o banco não tinha produtos para atender a esses clientes e fidelizá-los.
“Ganhar mais cliente para a loja nunca vai deixar de ser nosso objetivo. O coração do negócio tem a ver com o alimento. Mas o alimento gera duas coisas. Uma delas é a frequência da relação com o cliente – e por isso quase todos os players estão entrando nesse segmento. A outra é a confiança. Alimentos são ativos que geram dados”, diz Durchon.
Fortalecimento do ecossistema
A compra do Big neste ano representou um grande passo do Carrefour no movimento de criação de Ecossistemas de Negócios, caminho que também vem sendo trilhado no Brasil por Magalu, Via Varejo, Americanas-B2W, Mercado Livre, Amazon Brasil e Pão de Açúcar, entre outras empresas.
O próprio Grupo Carrefour reforçou esse diferencial, à época do anúncio, em nota: “A complementaridade dos dois grupos enriquecerá o ecossistema de produtos e serviços do Carrefour Brasil.”
Fonte: Newtrade