Os brasileiros estão ficando mais conscientes em relação ao uso das sacolas plásticas, é o que indica pesquisa realizada pelo Ministério do Meio Ambiente, Instituto Synovate e Walmart Brasil apontando que 60% dos brasileiros são a favor de uma lei que institua o banimento das sacolinhas.
Segundo a Pasta, a questão ambiental aparece como prioridade na pesquisa, acima do crescimento econômico. A população acredita que mudando os hábitos de consumo será possível conservar os recursos naturais. O levantamento serve para identificar o potencial de adesão da população a comportamentos ambientalmente responsáveis.
Profissionais do setor de plásticos como o gerente comercial de uma fabricante de embalagens de Diadema, Carlos Alberto Machado, não temem a medida, mas reconhecem que o mercado está diminuindo. "Sentimos a perda de clientes que encomendavam sacolas promocionais para distribuição em eventos. Isso nos motivou a buscar novos nichos como embalagens para água mineral ou mesmo o varejo", afirma.
Machado relata que enxergou tendência de mercado ao produzir sacolas plásticas oxibiodegradáveis, em 2005, material bastante procurado por redes como Planet Girls, Laselva Bookstore, Le Lis Blanc e Lojas Miroa. O gestor explica que esses sacos têm um aditivo chamado d2w que acelera sua decomposição em contato com o meio ambiente sem deixar resíduos nocivos.
Mesmo sem fornecer para um setor importante como de feiras e eventos, a empresa diademense, que emprega 50 funcionários, espera crescimento de 25% neste ano ao faturar R$ 700 mil. "Os fabricantes de sacolas plásticas estão sendo espremidos pelas redes de supermercados, que pagam cada vez menos pelos produtos", pontua.
ECONOMIA - De acordo com INC (Instituto Nacional do Plástico), desde a criação do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas com as redes de supermercados, há dois anos, foram economizados R$ 58 milhões na compra de sacolinhas. De 2007 para 2009, o volume de produção caiu de 17,9 bilhões para 15 bilhões.
A possibilidade de criar uma lei para acabar com a utilização das sacos plásticos divide opiniões. A psicopedagoga Luana da Penha Custodio Loureiro é favorável à medida para preservar a natureza. "Na escola em que trabalho incentivamos as crianças para que convençam as mães a levarem sacolas retornáveis ao supermercado. Por mais que a medida seja chocante num primeiro momento, ela é importante."
Para a dona de casa Roseli Cantero Torres Gonçalves, colocar a compra do mês em caixas de papelão seria um problema para aqueles que não podem carregar peso. "Sou contra por este motivo e utilizo sempre as sacolinhas nas idas à quitanda ou mercadinho do bairro."
Veículo: Diário do Grande ABC