Com as 282 mil toneladas de embalagens pós-consumo que receberam destinação adequada em 2010, o Brasil manteve a posição de destaque entre os maiores recicladores de PET mundiais, mesmo não contando com sistemas de coleta seletiva abrangentes. O volume reciclado em 2010 resulta em crescimento de 7,6% sobre o ano anterior. - Os números fazem parte do 7º Censo da Reciclagem do PET no Brasil, divulgado pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), baseado em informações provenientes de instituições como Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo Monetário Internacional (FMI), Economist Intelligence Unit, da própria Abipet, além da Petcore e Napcor, entidades internacionais do setor.
Segundo o estudo, a alta demanda pelo produto reciclado garante a sustentabilidade, inclusive econômica, da atividade que faturou R$ 1,18 bilhão em 2010, correspondendo a 36% de toda a receita do setor PET no mesmo período (embalagens PET mais produtos reciclados), que chegou a um total de R$ 3,27 bilhões.
"Hoje, quase todas as montadoras de automóveis utilizam compostos feitos a partir do PET reciclado nos tapetes e forrações dos veículos", disse Auri Marçon presidente da Abipet.
Porém, segundo o executivo o crescimento do setor tende a diminuir por causa do principal gargalo deste segmento, a falta de um sistema de coleta seletiva eficiente, que limita o acesso da indústria à embalagem pós-consumo, e faz a mesma trabalhar com uma taxa de 30% de ociosidade.
"Se o lixo reciclável não for destinado a um centro de triagem, vai parar em um aterro sanitário. A responsabilidade por esse trabalho é dos municípios, mas somente 10% deles realizam a coleta seletiva", alertou Marçon.
Vale ressaltar que cerca de 56% do total de embalagens PET consumidas no Brasil recebem a destinação adequada. Esse material tem destino diversificado, onde a maior quantidade de usuários é do setor têxtil, com 38% do total produzido, pois da reciclagem do PET pode se extrair o fio do poliéster, amplamente utilizado neste segmento.
Na comparação com nações que possuem características semelhantes de desenvolvimento, como Austrália, Argentina e México, a situação brasileira é de clara vantagem.
"O Brasil é um dos poucos, se não for o único, que coleta, recicla e aplica todo o PET reciclado em seu próprio território", comenta Marçon.
Veículo: DCI