Supermercados vão economizar R$ 500 milhões sem sacolinhas

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Com o fim da distribuição gratuita de sacolinhas plásticas, em 3 de abril, os supermercados vão deixar de gastar R$ 500 milhões por ano. Seria natural que com uma despesa menor, as redes de varejo reduzissem o preço dos produtos ao consumidor. Mas nada indica que haverá uma queda nos preços.

“Todos os custos são embutidos nos preços, mas neste caso, a redu- ção com o fim das despesas com sacolinhas é muito pequena em relação ao faturamento. Mesmo se houvesse uma queda no valor dos produtos, ela seria imperceptível para o consumidor”, diz Sussumu Honda, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Os supermercados também estão ganhando mais dinheiro com o fim das sacolas de plástico. Como muita gente ainda esquece de levar as sacolas reutilizáveis na hora das compras, as principais redes de varejo vendem sacolas a partir de R$ 1,59.

O Grupo Pão de Açúcar que reú- ne as marcas Pão de Açícar, Extra, Sendas e Compre Bem, já vendeu 6,1 milhões de sacolas reutilizáveis desde 2009. Parte da renda foi revertida para os projetos da Fundação SOS Mata Atlântica e Casa Hope, que ajuda crianças com câncer. Brinde ao consumidor Amanhã, no Dia do Consumidor, os supermercados paulistas vão presentear os consumidores que comprarem até cinco produtos com uma sacola reutilizável. A partir de agora, não vai haver desculpas para usar as sacolas plásticas.

O movimento do fim das sacolas chegou com atraso no Brasil. Em outros paí- ses elas já deixaram de existir há muito tempo e quem ainda insiste em levar as compras para casa nas sacolinhas paga caro. As lojas do Canadá cobram US$ 0,05 por sacola e os supermercados da Irlanda, vendem cada sacolinha por ¤ 0,15. É claro que a decisão de banir o uso das sacolas plásticos recebeu várias críticas.

A medida faz parte de um acordo feito entre o governo do estado e a Associação Paulista de Supermercado (Apas) para reduzir o consumo de sacolinhas. Choradeira geral A indústria de plásticos reclamou.

Os clientes gostaram da ideia de ajudar o planeta, mas ainda não se acostumaram a levar sacolas reutilizáveis para as compras. Apesar da choradeira, a situaçaõ é irreversível. A redução do uso das sacolas plásticas faz parte do programa nacional de resíduos sólidos do Ministé- rio do Meio Ambiente. A meta é reduzir o consumo de sacolas em 30% em 2013 e 40% até 2015. Hoje, os brasileiros consomem 12,9 bilhões de sacolinhas.

Os defensores do meio ambiente dizem que as sacolinhas obstruem as bocas de lobo, colaborando com as enchentes e demoram mais de 100 anos para serem decompostas. Já a indústria argumenta que as sacolas são reutilizáveis. Segundo uma pesquisa da Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos, entidade que trabalha pela conscientização da população sobre o uso correto, reutilização e descarte responsável dos plásticos pós-consumo, 96% dos 1. 123 entrevistados em cinco regiões metropolitanas usam as sacolas como sacos de lixo.

“A questão é muito mais econômica do que ambiental”, diz Miguel Bahiense, presidente da Plastivida. De fato, a extinção das sacolas plásticas é apenas o começo da construção de um mundo mais sustentável. Para João Sanzovo, diretor de sustentabilidade da Associação Brasileira de Supermercados (Apas) a restrição das sacolas não vai ter grande influência sobre a questão ambiental. “Mas como ela atinge toda a população vai ser um passo importante para come- çarmos a discutir a reciclagem do lixo”, diz.



Veículo: Brasil Econômico


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