A decisão do Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) sobre o impasse acerca da distribuição gratuita de sacolas plásticas em supermercados de São Paulo prevê que o fim da prática deve ocorrer somente quando forem encontradas alternativas viáveis para os consumidores. A análise consta em parecer assinado pelo procurador de Justiça conselheiro Mário Antônio de Campos Tebet. "Cabe à Associação Paulista de Supermercados [Apas], e demais supermercados fornecedores, encontrar, ao retirar as sacolas plásticas descartáveis do mercado de consumo, um meio em que o consumidor não fique em situação de desvantagem, quer diante da situação que antes desfrutava, quer diante de seu fornecedor", destaca o conselheiro do MP-SP.
Apesar de considerar que o fim da distribuição de sacolas plásticas descartáveis seria "salutar sob o ponto de vista ambiental", o procurador apoia o entendimento da Plastivida Instituto SocioAmbiental dos Plásticos e do Instituto de Defesa do Consumidor (Idecon) de que o fim da distribuição gratuita é lesivo aos consumidores. As entidades alegam que o fornecimento de sacolas por parte dos varejistas já está precificado nos valores cobrados pelas mercadorias adquiridas, não devendo, portanto, ser considerado gratuito. Além disso, o fim da prática não resultou em redução dos preços praticados pelos supermercadistas, ainda segundo as entidades.
Distribuição
O fim da distribuição de sacolas nos supermercados de São Paulo entrou em vigor preliminarmente em janeiro passado, mas de forma efetiva apenas a partir de abril. A iniciativa conta com o apoio das principais redes de varejo do País, lideradas pela Associação Paulista de Supermercados.
Diante da decisão, o Conselho Superior do MP-SP decidiu pela não-homologação do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que limitava a distribuição gratuita de sacolas plásticas nos supermercados.
Em comunicado, a Apas afirma que aguarda intimação do MP para apresentar uma forma de proteção ao consumidor e repudia a volta do uso das sacolas. "A Apas lamenta que interesses menores estejam na contramão do respeito ao cidadão e às gerações futuras ao defender a continuidade de políticas de desperdício, poluidoras e insustentáveis, inclusive com informações falsas e inconsistentes com o objetivo de induzir a população a erro de julgamento a respeito deste tema."
Veículo: DCI