A indústria nacional de produtos de limpeza discute uma forma de reduzir o uso de embalagens, por meio da concentração do conteúdo, sem elevar os custos para as companhias menores e de maneira gradativa.
"O assunto tem de ser pensado de forma coletiva pelo setor", disse Maria Eugenia Proença Saldanha, presidente-executiva da Abipla (associação das indústrias da área).
Um grupo técnico foi criado pela entidade com participação de fabricantes e fornecedores de matérias-primas.
Itens como sabão para lavar roupa, amaciante e detergente são os mais propícios para a compactação.
"Um produto concentrado em uma dose menor, que tenha os mesmos resultados para o consumidor, vai beneficiar o ambiente e toda a cadeia. Mas exige reformulação, pesquisa e desenvolvimento", afirmou a executiva.
Hoje, o setor tem 1.300 participantes ativos, de acordo com Saldanha.
A criação de um marco regulatório para reduzir o uso de embalagens com a compactação de produtos foi defendida pelo presidente da Unilever, Fernando Fernandez, em entrevista à coluna.
"Gastaria muito menos embalagem, plástico, além de diminuir componentes, sem prejuízo para o consumidor", disse Fernandez.
Para o presidente da P&G, Alberto Carvalho, a regulamentação é bem-vinda, mas é preciso dar tempo para adaptação, especialmente das empresas menores.
"O problema para as pequenas é que, muitas vezes, a tecnologia requer muito investimento para ser implementada", afirmou.
"Soluções adotadas para produzir um grande volume podem não servir para pequenos volumes. [A compactação] trará redução de custo, mas a longo prazo."
Veículo: Folha de S.Paulo