Indústria e varejo preveem prejuízo com energia cara

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Consumidor deve sentir no bolso os efeitos, mas também pode se beneficiar com mercado mais competitivo

 



Se o cearense já está sentindo no bolso o aumento do valor da energia, as mudanças devem pesar mais ainda a médio prazo, quando as indústrias e comércio devem sofrer os impactos, repassando custos ao consumidor final. Desde ontem, começou a valer o segundo reajuste do preço de energia do ano. No Ceará, cuja distribuidora é a Coelce, o aumento médio é de 10,3%. Enquanto o reajuste para os consumidores de baixa tensão será de 9,05%, para os clientes de alta tensão e média tensão, o índice será em média de 12,9%.

Para o coordenador do Núcleo de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Jurandir Picanço, os aumentos vão contribuir para recessão no setor industrial. "Esses valores são completamente acima de qualquer expectativa de aumento de energia. O ideal seria próximo ou um pouco acima da inflação. Com certeza vai desequilibrar muitas empresas que vão ter que repassar os custos ao consumidor e, muitas vezes, não poderão repassá-los por causa da competição com as empresas de fora", lamenta.

Picanço destaca ainda a revisão anual da Coelce deste ano, que começará a valer no próximo dia 22 de abril após uma audiência pública na Fiec. "Esse reajuste seria uma média de 26,56% para todos os consumidores. Para os de baixa tensão, 19,5%, e para os consumidores de alta tensão, é 44,12%. Esses reajustes acontecerão, mas haverá desconto a partir deste que aconteceu agora", explica.

Outro fator de destaque é o do aumento da bandeira tarifária, que se somará ao reajuste de abril. "A bandeira tarifária representa um aumento médio das contas de 17% e vai somar a esses 10,28% e que vai depois acrescentar ainda para complementar os 44,12%", comenta.

Prejuízo na indústria, reflexo no comércio. É o que afirma o presidente Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), Severino Neto. Pra ele, os aumentos de energia acabam prejudicando o varejo em várias vertentes. "Nós perdemos três vezes. A primeira no aumento dos custos operacionais. A segunda é no gasto do consumidor, que consome menos para pagar a conta de energia mais cara. A terceira está embutida na indústria", diz.

De acordo ainda com Severino Neto, apesar do aumento dos preços, o consumidor acaba ganhando ao se deparar com um mercado mais competitivo. "Ninguém quer vender mais caro. Essa é a vantagem que o consumidor tem. Nós estaremos sempre na briga para ver quem tem a melhor oferta. A briga pelo consumidor continua", finaliza.

Acúmulo


Na opinião de Jurandir Picanço, os aumentos deste ano aconteceram em decorrência do represamento das tarifas de energia, por conta do ano eleitoral. Para ele, os impactos vividos atualmente pela cadeia que se inicia na indústria, passa pelo comércio até chegar ao consumidor, é fruto de um aumento adiado em um ano. "As bandeiras tarifárias deveriam ter sido aplicadas em primeiro de janeiro de 2014", diz.



Veículo: Diário do Nordeste


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