Um eventual racionamento de água no Sudeste, região que responde por cerca de 50% da receita bruta da agropecuária do Brasil, poderia resultar em perdas de bilhões de reais ao setor no caso de uma restrição hídrica de consumo de 10% em 12 meses, segundo cálculo divulgado ontem pela consultoria GO Associados
O Sudeste brasileiro, que consome 56% dos mais de 10 trilhões de litros de água usados anualmente pelo Brasil, poderia registrar uma queda anual de R$ 22,5 bilhões na receita agropecuária, para R$ 202,5 bilhões. "Nessas condições, a receita anual da agropecuária brasileira encolheria 5%, passando de R$ 450,0 bilhões para R$ 427,5 bilhões", afirmou a GO, acrescentando que o PIB da agropecuária brasileira diminuiria cerca de 2%.
A região Sudeste, especialmente a área metropolitana de São Paulo e algumas cidades do interior paulista, vivem uma de suas piores crises hídricas da história, após elevadas temperaturas e estiagem históricas ao longo de 2014. A seca atingiu fortemente represas como a de Furnas, em Minas Gerais, uma das mais importantes de geração hidrelétrica da nação.
Embora não exista um racionamento declarado no Sudeste, a Sabesp vem trabalhando no Estado de São Paulo com uma série de medidas buscando evitar o esgotamento de importantes reservatórios, como a redução da pressão da água.
Boa parte da água consumida na agricultura, no entanto, não passa por sistema de tratamento convencional, sendo retirada diretamente pelas propriedades agropecuárias dos rios, por exemplo.
Segundo fontes estatais e internacionais citadas pela GO, como a Faostat, das Nações Unidas, o sistema de irrigação agrícola do País consome 7,3 trilhões de litros de água/ano, ou 72% do consumo total, sendo que a pecuária (bovina, frango e suína) consome 1 trilhão de litros de água/ano, ou seja, 10% do consumo total. O consumo urbano responde por 10% do total e a indústria pelos outros 7%. /Agências
Veículo: DCI