Americanos criam lojas virtuais para funcionários

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O engenheiro da IBM, William Bodin, precisava de uma forma segura de se comunicar com uma equipe de programadores do outro lado do mundo. Recorreu, então, a um aplicativo criado por colegas, que podia ser baixado em seu smartphone. Com o programa, colaborou com colegas de trabalho no Vietnã enquanto assistia sentado, perto do rinque, o filho treinar hóquei sobre o gelo.

 

Bodin, diretor de tecnologia da IBM em computação sem fio, acabou criando uma loja virtual que permite aos funcionários de toda a empresa acessar programas que possam ajudá-los a trabalhar. A loja, chamada Whirlwind (turbilhão, em inglês), foi usada por mais de 11 mil funcionários da IBM desde sua inauguração, há seis semanas. Há aplicativos para quase tudo, possibilitando tarefas como reservar salas de conferência, aprovar ordens de compra ou acessar a rede de relacionamento social interna da IBM. Anteriormente, os funcionários não conseguiam fazer isso, a não ser que estivessem conectados em um computador de mesa ou portátil com ligação à internet. Agora podem fazê-lo com um smartphone ou qualquer outro aparelho móvel. "As pessoas adoram o conceito", afirma Bodin.

 

À medida que as empresas se sentem mais à vontade em deixar os funcionários realizar negócios com telefones inteligentes, cada vez mais se voltam aos aplicativos que rodam nesses aparelhos. Um relatório da Forrester Research, de 14 de outubro, prevê que em 2015 quase metade dos aparelhos conectados a redes empresariais dos EUA será sem fio. Esse afastamento dos computadores pessoais alimentará a decolagem do mercado americano de aplicativos de tarefas de escritório, que deve chegar a US$ 6,85 bilhões até 2015, em comparação a US$ 1,76 bilhão previsto para este ano, segundo projeções da Frost & Sullivan, uma empresa de consultoria e de pesquisas.

 

O Google também tem uma loja interna de aplicativos. Os funcionários podem baixar programas para calcular suas despesas ou reservar uma sala de conferência enquanto estão se deslocando de um lugar a outro.

 

"Não diria que são aplicativos complexos, mas são muito úteis, pragmáticos e que os funcionários precisam ao longo do dia", diz Dave Girourard, presidente do grupo de tarefas do Google.

 

A companhia também usa a loja internamente para testar aplicativos desenvolvidos para rodar em seu sistema operacional Android, antes de lançá-los ao público. "Na verdade, é um modelo que queremos oferecer às empresas por todo o mundo, para que possam ter sua própria loja de aplicativos para o Android", diz Girourard.

 

A Apple facilitou o desenvolvimento de aplicativos do iPhone e iPad para uso no local de trabalho. Por uma taxa de US$ 299 por ano, seu sistema de desenvolvimento de programas no iOS dá aos programadores acesso a recursos que os ajudam a criar aplicativos de uso interno para suas empresas.

 

Mesmo mostrando-se tão úteis, os aplicativos também podem trazer dores de cabeça para os departamentos de tecnologia da informação (TI). Enquanto antigamente os BlackBerrys eram o aparelho padrão em muitas empresas, agora o pessoal de TI precisa lidar com uma variedade maior de telefones - e sistemas operacionais. "Não há nenhuma operadora [de telefonia móvel] que possa lidar com todos os aparelhos", diz Paul Nerger, vice-presidente de marketing da Ondeego, de Berkeley, Califórnia, que ajuda outras empresas a desenvolver e administrar lojas internas de aplicativos.

 

A Ondeego negocia o AppCentral, produto que permite às empresas distribuir aplicativos para os funcionários, e o AppGuard, que permite ao administrador de TI proteger o aplicativo. Se um funcionário sai da firma, os aplicativos da empresa podem ser apagados do aparelho, um por um.

 

Por enquanto, para manter o processo mais simples, a IBM apenas permite no Whirlwind aplicativos para o BlackBerry, mas seus engenheiros já estão desenvolvendo programas para o iPhone e aparelhos com o Android. Provavelmente, estarão disponíveis na loja virtual quando a companhia permitir que outros aparelhos possam se conectar às suas redes internas. A empresa também permite que seus funcionários desenvolvam aplicativos e os carreguem na loja. O processo é tão fácil, diz Bodin, que ele conseguiu fazê-lo no mês passado enquanto esperava no consultório de seu médico.

 


Veículo: Valor Econômico


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