Centros de dados ganham reforço no país em 2012

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A adoção crescente de dispositivos móveis nas companhias vai obrigar as gerências de tecnologia da informação (TI) a investir na computação em nuvem. O modelo, que prevê o acesso a dados, softwares e conteúdo via internet, sem que nada disso esteja no dispositivo do usuário, também demandará investimentos no reforço dos centros de dados.

Entre as companhias ouvidas pelo Valor, o maior investimento em centro de dados é da Telefônica. O principal projeto da operadora na área de TI começou a ser delineado há dois anos. A companhia vai colocar em atividade o primeiro centro de dados que combina as operações de telefonia fixa e móvel do grupo. Inicialmente, serão transportados para essa unidade as bases de dados de produtos para o cliente e plataformas de serviços como o celular pré-pago.

O novo centro de dados, localizado em um terreno de 70 mil metros quadrados em Santana de Parnaíba (SP), vai consumir investimentos de R$ 400 milhões até 2013 e está projetado para acomodar os planos de expansão da operadora até 2019. "Mas acho que vamos esgotar a capacidade antes disso", afirma Christiane Edington, diretora de TI da Telefônica. A companhia usava quatro centros de dados e um mainframe [computador de grande porte]. Após a mudança, ficará com a unidade de Santana de Parnaíba, um centro de contingenciamento em São Paulo e um centro para desenvolvimento, homologação e testes em Campinas.

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também preveem aportes milionários na implantação do Parque Tecnológico Cidade Digital, um centro de dados que receberá investimento de R$ 880 milhões no prazo de 15 anos. Do total, R$ 660 milhões serão aportados pelo Banco do Brasil e R$ 220 milhões pela Caixa. A expectativa é de que a implantação da infraestrutura seja concluída entre maio e junho. O local funcionará como base para todas as outras iniciativas de tecnologia do Banco do Brasil, afirma Rogério Aparecido Silva, gerente executivo da diretoria de tecnologia do Banco do Brasil.

Na área governamental, boa parte dos investimentos será destinada ao reforço da infraestrutura de redes e em centros de dados. O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) tem orçamento de R$ 200 milhões neste ano, montante 8,1% superior ao do ano passado. Parte dos recursos será destinada à instalação de um centro de dados no Rio de Janeiro, que receberá R$ 120 milhões em três anos.

O Serpro também vai aplicar R$ 90 milhões na substituição e na compra de equipamentos. "O plano é realizar a atualização dos equipamentos de rede que envolvem toda a administração pública e as autarquias federais", diz Delfino Natal de Souza, secretário de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento.

A Petrobras, que em 2011 concluiu a primeira fase do projeto de construção de um novo centro de processamento de dados, no Rio, pretende destinar parte do orçamento de TI de 2012 para equipá-lo. A companhia vai aproveitar a mudança do centro de dados para o novo endereço para atualizar os equipamentos. O prédio fica na Ilha do Fundão, no Rio, integrado ao centro de pesquisa e desenvolvimento da companhia, e vai abrigar os sistemas mais importantes da empresa.

"O atendimento de necessidades específicas será um destino importante dos investimentos de 2012, com destaque para o desenvolvimento de softwares para as áreas de exploração, produção, refino, logística e comercialização", afirma Marcelo Estellita, gerente geral de infraestrutura da Petrobras. A companhia não divulga o orçamento de TI para este ano. Em 2011, a Petrobras investiu R$ 1,14 bilhão na área.

No setor industrial, a montadora Toyota também informou que pretende fazer ajustes na infraestrutura de TI, incluindo centros de dados, equipamentos de rede e virtualização de servidores. "Neste ano de 2012, estamos na fase de implementação dos sistemas", diz Eduardo Barboni, gerente de TI da companhia.



Veículo: Valor Econômico


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