O faturamento do comércio eletrônico brasileiro deve atingir R$ 53,5 bilhões em 2018, uma alta de 12% ante o resultado de 2017. A melhora da economia, o ganho de espaço do marketplace e a Copa do Mundo devem ser alguns dos fatores irão impulsionar o setor no período.
De acordo com o estudo Webshoppers, feito pelo Ebit, em 2017 o e-commerce faturou R$ 47,7 bilhões, valor 7,5% superior ao visto em 2016. Diferente do que ocorreu entre 2014 e 2016, o crescimento ano passado foi sustentado pela alta no volume de pedidos (5%), e não pelo crescimento do gasto médio do consumidor, que foi de 3% no período. Em 2015 e 2016, as variações do tíquete médio foram de 12% e 8%, respectivamente, enquanto o número de pedidos variou 3% em 2015 e -0,2% em 2016.
A projeção para 2018 é que este movimento se mantenha e o mercado encerre o ano com tíquete médio cerca de 4% superior ao observado em 2016, mas com uma expansão no volume de pedidos de 7,7%, atingindo 119,7 milhões de pedidos.
Segundo o diretor-executivo do Ebit, André Dias, mesmo que o impacto da incerteza política não possa ser medido, ele destaca que já existe uma melhora do humor do consumidor, que iniciou no meio do ano passado e deve se prolongar para 2018. Somado a isso, ele cita a Copa do Mundo, como um possível fator positivo para o ramo. O evento deve impulsionar as vendas de produtos, como bebidas, artigos esportivos e até mercadorias de maior valor agregado, como televisores. “Isso pode ajudar o aumento do tíquete médio”, disse Dias.
Marketplace
Na edição deste ano, o estudo também realizou um cálculo paralelo para medir o movimento em um nicho específico do comércio eletrônico: os marketplaces de produtos novos/usados e artesanato. Se contabilizado este grupo, o crescimento nominal do comércio eletrônico em 2017 foi de 21,9%, na comparação com 2016, chegando a um faturamento de R$ 73,4 bilhões. No período, um marketplace que sobressaiu foi o Mercado Livre.
“Porque decidimos mostrar esses números na pesquisa? Para mostrar que o mercado não cresceu o estimado, mas outros nichos ganharam participação de mercado”, analisa. no final de 2016, a projeção do Ebit para o ano passado era de crescimento de 12%. No meio do ano, a empresa especializada em informações do setor, realizou uma revisão da projeção e passou a estimar 10% de alta para o ano. “Na crise, as pessoas buscam outras alternativas”, destaca Dias.
Tendências
De acordo com ele, um grande movimento para este ano é o aumento da concorrência, provocada sobretudo pelo ganho de mercado que a Amazon pode ter com a ampliação de seus negócios. No ano passado, após cinco anos de atuação no Brasil, a companhia começou a vender aparelhos eletrônicos. As vendas, no entanto, são feitas em seu marketplace. De acordo com a agência de notícias internacionais Reuters, a companhia tem se reunido com fabricantes para começar a realizar venda direta.
“Eles devem entrar com venda de produtos próprios e isso permite praticar o preço mais competitivo possível. Isso deve acirrar ainda mais a briga pelo mercado”, destaca o executivo. Por isso, ele destaca a importância dos grandes players conseguirem se diferenciar para que o preço não seja o único fator de decisão.
Um exemplo é a varejista Magazine Luiza, que tem investido fortemente em sua estratégia omnichannel. “Estratégias como essa servem como barreira de proteção ao avanço da Amazon, que costuma ser agressiva nos preços, mas ainda não tem loja física no Brasil”, conclui.
Fonte: DCI