O e-commerce paulista cresceu 4,4% no primeiro trimestre de 2018, sobre um ano antes, com faturamento de R$ 4,06 bilhões. Embora o saldo tenha sido positivo, o desempenho para o segundo semestre segue nebuloso devido aos efeitos da alta do dólar e paralisação dos caminhoneiros.
Os dados fazem parte da Pesquisa Conjuntural do Comércio Eletrônico (PCCE), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FercomércioSP). “Antes da paralisação, a expectativa de crescimento para o mês de maio era 20%. Depois da greve, o avanço ficou caiu para 10%”, afirmou o presidente do conselho de comércio eletrônico da FecomércioSP, Pedro Guasti.
Além disso, para ele, outro fator que pode atrapalhar o avanço nas vendas para o segundo trimestre é as oscilações do câmbio. “Os efeitos da alta do dólar devem chegar em dois ou três meses”, diz.
No que diz respeito aos dados do balanço do primeiro trimestre, Guasti diz que o bom desempenho nas vendas online registrado no período está atribuído à navegação mais frequente de consumidores por meio de smartphones, aos níveis de inflação baixos e confiança do consumidor em recuperação. “As categorias que mais se destacam no e-commerce são os eletrodomésticos, com 19% de representatividade, e os celulares, com 20%”, afirma Guasti.
Segundo a pesquisa, no comparativo entre o primeiro trimestre de 2018 e o mesmo período do último ano, o tíquete médio gasto pelos consumidores diminuiu em torno de 4,9%, ficando em R$ 380.
“De um ano para cá, o tíquete médio tem apresentado redução devido à menor participação dos pagamentos de frete”, explica o presidente do conselho. Ele argumenta que as empresas têm investido cada vez mais na multicanalidade e que, por isso, os valores de frete têm sido extintos com a possibilidade do cliente comprar no e-commerce e retirar o produto na loja física. “Algumas lojas estão até tirando o frete dos clientes que compram por meio de aplicativos”, conclui Guasti.
O especialista também menciona, como a força da evolução das vendas online dos três primeiros meses de 2018, os bens duráveis – os quais concentram cerca de 69,6% da receita e 38,4 do número de pedidos registrados.
Em relação ao desempenho da capital no e-commerce, o faturamento real nas vendas obteve recuo de 1,7% na mesma base de comparação, atingindo R$ 1,47 bilhão – o maior resultado das 16 regiões do Estado. Do lado dos pedidos, porém, a pesquisa apontou avanço de 3,2% frente ao primeiro trimestre de 2017, chegando a 4,1 milhões. De acordo com a entidade, a participação da capital paulista nas vendas totais do varejo foi de 3% –ficando atrás apenas de Presidente Prudente, com 3,1%.
Fonte: DCI