O ano de 2021 começa com algumas incertezas, naturais para quem passou pela pandemia em 2020, mas também com algumas práticas, que segundo o estudo realizado pela Harvard Business Review vieram para ficar. Uma delas é o uso de mais de um canal na jornada de compra para 73% dos consumidores pesquisados.
"Esse dado pode parecer distante do varejo alimentar, mas não é. E a grande indústria já percebeu esta tendência e investe pesado em marketing digital e nas estratégias online e omnichannel", explica Fernando Bravo, fundador e CEO da VipCommerce, empresa de tecnologia especializada em e-grocery.
Atualmente, o Brasil conta com 230 milhões de smartphones em uso. "Os planos deixaram de ser comercializados em minutos para serem vendidos em dados. Isso abriu uma avenida de oportunidades para que fossem criadas experiências híbridas ao consumidor, gerando muito mais proximidade entre loja e cliente", acrescenta o executivo.
Por conta dessas transformações digitais, aceleradas com a pandemia, Bravo reuniu aqui as quatro principais tendências para o varejo alimentar online em 2021. São elas:
1 – Estratégia mais “figital” (físico+digital)
O contexto atual acelerou a evolução digital das empresas, de modo geral. Por conta disso, este ano a expectativa é de que as empresas invistam cada vez mais na estratégia “figital”, ou seja, na confluência dos canais físicos e digitais.
E para quem não quiser ficar para trás nesse movimento, o primeiro passo, na opinião do executivo, é realizar um plano de construção de um canal online e aprimorar a relação com os clientes para gerar maior proximidade. Afinal, em 2018, os dados do IBGE já apontavam que o principal fator de escolha dos supermercados, elencado a 52% de relevância, era a proximidade. "O meio online é o principal elo de ligação da solução omnichannel, conectando e impulsionando as demais estratégias de vendas", destaca.
2 - Compatibilidade entre os canais online e offline
Na opinião de Bravo, alguns varejistas lutam contra a compatibilidade dos canais físico e digital por acreditarem que precisam privilegiar um deles, mas isto é um equívoco. "É fundamental relacionar os dois mundos, mantendo ações sempre equivalentes em ambos os espaços", lembra o executivo, aproveitando para esclarecer que a cultura omnichannel prevê que não haja atritos entre ambos. Um exemplo é a indicação de preços (incluindo condições promocionais e sorteios) que precisa ser igual nos dois canais. ”Isso porque, enquanto o canal online sustenta o relacionamento e a fidelização do consumidor, o offline converte as vendas”, destaca.
3 - Experiências híbridas
As opções de drive thru, compre e retire, utilização do aplicativo para finalidades dentro da loja física e as ofertas pelo celular, de acordo com o comportamento de compras, continuarão liderando as experiências híbridas deste ano. "Dentro desse contexto, uma tendência relevante para os próximos anos também será a utilização dos apps para recursos durante as compras in loco, bem como as evoluções relacionadas ao delivery, com processos avançados de separação, empacotamento e entrega rápida", pontua Bravo.
4 - Soluções cada vez mais robustas
Nos próximos dois anos, a tendência é de que também haja uma evolução significativa nos sistemas adotados pelo varejo alimentar. Na opinião dele, o clímax da estratégia “figital” será o chamado Shop & go, em que o cliente realiza a compra pelo app, dentro da própria loja, e já o retira, utilizando um dispositivo para uma experiência de compra rápida e dinâmica.
"Daqui para a frente, dentro da perspectiva omnichannel, as empresas de varejo alimentar passarão por um intenso aprendizado sobre o comportamento do consumidor e serão capazes de gerar campanhas, ofertas, promoções e muito mais, de acordo com o cluster de clientes, de forma muito mais assertiva", completa Bravo.
Fonte: SuperVarejo