M ais um verão se aproxima e, com ele, a expectativa de que esta seja uma temporada de bons negócios para o varejo supermercadista. Afinal, o período é marcado pelo impulsionamento de diversos itens típicos da estação e por concentrar momentos como parte das férias escolares, volta às aulas e o carnaval, por exemplo. Sem dúvida, trata-se de uma ocasião envolta por muitas oportunidades de incremento de receita, como o supermercadista bem conhece e sabe explorar.
O planejamento para essa temporada, no entanto, trouxe desafios extras para as empresas, afinal, sua execução precisou levar em consideração uma pandemia ainda em curso e um cenário macroeconômico marcado por alta na inflação, queda de renda da população e desemprego elevado. “Estamos vivendo tempos imprevisíveis, tanto do ponto de vista da pandemia, quanto do cenário econômico. Então, mais do que nunca, o varejista precisa colocar o seu cliente no centro de todas as decisões para proporcionar a ele as soluções que deseja e necessita”, recomenda o especialista em varejo Olegário Araújo, consultor na Inteligência360.
Mas, mesmo diante dessas variáveis, a maior parte do setor prevê aumento nas vendas neste verão, conforme revelou uma recente pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) sobre essa temporada. De acordo com o levantamento, realizado no mês de outubro, 53% das empresas acreditam em aumento no volume de negócios. Este grupo é 3 pontos percentuais inferior em relação ao time dos mais otimistas identificados na pesquisa anterior, focada no verão 2021. A Cooperativa de Consumo - Coop é uma das grandes empresas supermercadistas que possuem boas expectativas com este verão. “Nossa projeção é ter crescimento de 12% nas vendas no período”, revelou à SuperHiper a compradora sênior, Adriana Maria da Silva Cabral. Quem também faz parte desse coro é a rede Dalben, do interior paulista. A diretora de Marketing da companhia, Fernanda Dalben, analisa que, “nessa fase, as pessoas estão mais dispostas a sair de casa e tem mais disponibilidade para comprar, por isso, a perspectiva é de crescimento, mesmo que contido”, disse. Ações de sampling, compre e ganhe, mesas extras, degustações, experimentações e ofertas personalizadas estão na programação da rede para este período.
Já a parcela dos que esperam estabilidade nas vendas ficou em 34% e, por fim, 14% dos participantes declararam esperar retração neste período, segundo a pesquisa realizada pela ABRAS com 120 empresas supermercadistas que operam em todas as regiões do País.
Sobre os argumentos dos respondentes que esperam alta nas vendas, o tema “pandemia” ocupa posição de destaque. A expectativa positiva é explicada pelo avanço da vacinação, que tem trazido a normalidade de volta ao comércio e à sociedade e gerando redução nos casos da doença no Brasil. Este é um ponto vital para o retorno das ocasiões familiares e sociais, segundo os entrevistados.
Outro tema bastante citado diz respeito aos investimentos realizados pelo setor supermercadista, tanto na reforma de lojas, tornando-as mais atrativas, quanto nas diversas inaugurações ocorridas neste ano, que ampliaram, ainda mais, a capilaridade dos supermercados.
Com relação aos que esperam queda nas vendas, a argumentação, justamente, gira em torno dos desafios econômicos e do fim do Auxílio Emergencial. A pandemia também foi justificativa, mas com o viés de reduzir o fluxo de pessoas nas cidades e do consumo nos lares.