A Coca-Cola Brasil, que ao elevar em 8% o volume de vendas no último trimestre do ano passado superou o desempenho global da companhia no período, de 3%, investirá R$ 11 bilhões no País até 2014 - somente em 2010 serão R$ 2 bilhões. Com o aporte, a companhia mira uma variedade de consumidores que reúne, ao mesmo tempo, características de mercado maduro e potencial de emergente. Na empresa, além do movimento esperado com a Copa em 2014 e a Olimpíada em 2016, entende-se que ainda há muito espaço para o aumento de consumo per capita de refrigerantes no mercado brasileiro. "Este é o lugar para se estar, é o lugar para se investir", diz o vice-presidente de Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil, Marco Simões.
Os números evidenciam que há muita margem para expansão, pois a renda da população está crescendo, ao mesmo tempo em que o consumo per capita de refrigerantes no Brasil ainda é baixo: 195 doses de 237 mililitros (ml) em 2008, enquanto no México, o de maior consumo per capita deste tipo de bebida no mundo, chega a cerca de 650 doses. Nos Estados Unidos, o consumo é de cerca de 600 doses.
No Brasil, se por um lado o País enfrenta limitações de renda para elevar o consumo de refrigerantes por habitante, por outro é capaz de absorver um amplo portfólio de inovações, ainda que elas venham acompanhadas de um preço mais salgado. Um bom exemplo desse movimento é a bebida de baixa caloria Aquarius, destinada aos públicos A e B.
No ano passado, novos sabores de Aquarius estiveram entre os grandes lançamentos da Coca-Cola no Brasil, ao lado de outros produtos de maior valor agregado, como o Matte Leão Orgânico e o energético Gladiator. Não por acaso, ontem, durante a apresentação dos resultados de 2009, o segmento de não-carbonatados foi citado pelo presidente da Coca-Cola Brasil, Xiemar Zarazúa, como destaque. A empresa não abre os números de cada unidade de negócios.
Para elevar o consumo, tanto na classe C - principal foco da companhia - como entre os consumidores de maior renda, a aposta da Coca-Cola é a inovação. "O nosso objetivo é melhorar a oferta para cada ocasião de consumo, com aumento do portfólio e diversificação das embalagens", afirmou Simões.
Novas fábricas. Em 2009, os investimentos da Coca-Cola no Brasil foram de R$ 1,75 bilhão e abrangeram a construção de três fábricas (Alagoas, Rio Grande do Sul e Paraná) e quatro novas linhas de produção. Para este ano, ainda não há definições sobre a construção de novas unidades, segundo o vice-presidente de Operações da Coca-Cola Brasil, Henrique Braun. Ele adiantou apenas que os R$ 2 bilhões serão divididos entre infraestrutura e marketing, sem divulgar o percentual de participação de cada vertente no total. "O plano de cinco anos certamente prevê a construção de fábricas", acrescentou.
Em 2009, a Coca-Cola Brasil registrou faturamento de R$ 17 bilhões, crescimento de 13% sobre os R$ 15 bilhões do ano anterior. O volume de vendas no País avançou 4% no ano, superando o desempenho global (3%). A América Latina apresentou alta de 6% em volume no ano, puxada pelo México, que responde por 44% dos negócios da Coca na região. "Esperamos que este seja o melhor ano do sistema Coca-Cola no Brasil", disse Zarazúa a jornalistas, em vídeo reproduzido durante a apresentação dos resultados.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ