A chamada indústria de bebidas quentes (cachaça, conhaque etc.) que se prepare. O setor, que não prima pelo pagamento de impostos e que tem muitas empresas vivendo na informalidade, vai ter uma marcação cerrada da Receita Federal em breve.
Está sendo discutida uma medida provisória que permitirá a instalação do Sicobe (Sistema de Controle de Produção de Bebidas) também nesse setor. O sistema permite à Receita acompanhar, em tempo real, a produção de bebidas no país por meio de equipamentos que possibilitam o registro, a gravação e a transmissão das informações para a sua base de dados.
Uma das primeiras indústrias a receber a atenção da Receita será a de cachaça. A Receita não pretende instalar o dispositivo em todas as indústrias do setor, que somam mais de 4.000, segundo estimativas do mercado, mas nas 10 ou 15 maiores.
Apenas as dez maiores são responsáveis por 80% da produção de cachaça no país, enquanto as outras milhares de pequenas indústrias têm pouca participação. Na maioria, elas têm processo artesanal de produção.
Com capacidade estimada de 1,2 bilhão de litros de cachaça, a produção auditada fica próxima de 480 milhões de litros. O controle federal do setor poderá mostrar produção próxima de 800 milhões de litros, na avaliação do mercado.
Esse novo controle é bem- -visto pelas indústrias que têm as contas regularizadas com a Receita. Na avaliação delas, diminuirá as distorções de preços no mercado, provocadas pelas indústrias que vivem na informalidade.
Veículo: Folha de S.Paulo