Imersão da Brahma na Copa

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A Ambev envia executivos para a África com uma missão: aprender como funciona o mercado durante o evento e aplicar as lições na Copa do Brasil, em 2014

 


Desde a semana passada, 15 emissários da AmBev estão na África do Sul para cumprir uma importante missão. Sua tarefa tem pouco a ver com o fato de a empresa ser uma das patrocinadoras oficiais da Fifa e da Seleção Brasileira. Os profissionais da cervejaria estão focados nas atividades de marketing que a companhia pretende desenvolver em solo africano durante o maior evento esportivo do planeta.
 Os executivos desembarcaram na África com a cabeça voltada para a Copa de 2014, que acontece no Brasil e para qual a AmBev já fechou contrato com a Fifa para ser uma das patrocinadoras oficiais. Seu objetivo: observar em detalhes como se dará a Copa na África do Sul.

 

Os “investigadores” da cervejaria vão percorrer as nove cidades-sedes do Mundial para saber como são organizados os eventos que vão concentrar a atenção dos torcedores, como é feito o trabalho de distribuição dos milhões de litros de cerveja que serão consumidos nos 30 dias do mundial e, principalmente, como se estabelece uma relação de fortalecimento de uma marca de bebidas em um evento deste porte. “Esse será nosso grande laboratório para a Copa de 2014”, diz Marcel Marcondes, gerente de marketing da Brahma e da Antárctica no Brasil. “Queremos aprender o máximo possível.”

 

A partir das informações que seus enviados trouxerem para casa, a AmBev começará a montar a estratégia para o Mundial que será disputado no Brasil. Cada informação, cada impressão e cada número que o grupo trouxer será meticulosamente estudado. Com essa iniciativa, a companhia pretende antecipar o planejamento da estratégia que será adotada por aqui e, especialmente, afastar os possíveis erros.

 

“Existem muitas similaridades entre o Brasil e a África do Sul”, diz Marcondes. “Uma coisa é uma Copa na Europa, como foi em 2006 na Alemanha, e outra absolutamente diferente será o Mundial da África, um país com problemas e características semelhantes às nossas.” Um dos pontos principais que a companhia quer estudar é a logística em um país de distâncias continentais, como a África do Sul, e sem as mesmas facilidades de infraestrutura encontradas na Alemanha.

 

A AmBev se tornou, ao lado da Seara, a primeira companhia com capital brasileiro a patrocinar uma Copa. A iniciativa é resultado da  compra, em 2008, da americana Anheuser-Busch (dona da marca Budweiser) pela InBev (companhia global de bebidas que é dona da AmBev). A Anheuser-Busch já havia fechado o contrato com a Fifa para ter sua principal cerveja como patrocinadora oficial do evento. A InBev, por sua vez, reviu o contrato para incluir também a Brahma.

 

A marca brasileira não terá a mesma exposição da Budweiser, produto mundial da InBev. Logotipos e propagandas da Brahma só irão aparecer nos jogos do Brasil. A estratégia da AmBev está mais voltada para o fortalecimento da marca do que para o aumento das vendas.  Nesse momento, o objetivo da companhia é reforçar a posição de liderança e sua ligação com o futebol no Brasil. “Essa é uma oportunidade única de construção da marca”, diz o executivo da companhia.

 

A AmBev não revela o volume de gastos com marketing, mas apenas ações ligadas à Copa do Mundo consumirão mais de 50% do orçamento para 2010. Os desembolsos se justificam. Segundo estimativas do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja, o setor espera um aumento entre 7% e 11% nas vendas durante o Mundial. Apesar do inverno, os brasileiros estão sedentos para encarar uma gelada quando a Seleção entrar em campo.

 


Veículo: Isto É Dinheiro


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