Iniciativa mundial focará redes sociais e mercados com baixa penetração, como China e Índia -
Desde 2000, a fatia do suco de laranja vem caindo 1,6% ao ano no mercado mundial de bebidas prontas
Preocupados com as quedas de participação no mercado mundial de bebidas prontas, os quatro maiores exportadores brasileiros de suco de laranja lançam hoje uma campanha mundial de incentivo ao consumo da bebida.
Focados no uso das redes sociais na internet, os exportadores pretendem identificar consumidores e a partir deles traçar estratégias de marketing voltadas ao aumento do consumo mundial do suco, atualmente em 0,91% do total de bebidas.
Desde 2000, a participação do suco de laranja vem caindo 1,6% ao ano no mercado mundial de bebidas prontas.
"As redes sociais abrangem mais de 500 milhões de pessoas. Com isso, seremos capazes de identificar as necessidades e transformá-las em ferramentas para atrair o consumidor final", disse o presidente da CitrusBR, Christian Lohbauer.
A CitrusBR é formada por Cutrale, Citrosuco (Grupo Fischer), Citrovita (Votorantim) e Louis Dreyfus Commodities. Juntas, as quatro gigantes têm 85% do mercado mundial de suco de laranja e faturam US$ 2 bilhões, montante abaixo do esperado.
"I FEEL ORANGE"
A campanha, intitulada "I feel orange", tem apoio da ApexBrasil (agência governamental de incentivo às exportações) e vai trabalhar, principalmente, em mercados nos quais a laranja ainda tem baixa penetração, como a China e a Índia.
Isso ocorre, entre outros motivos, por causa do valor do suco. Nesses destinos, o produto chega muito caro e o consumidor final não tem condições financeiras para o consumo. No Brasil, o preço da caixa de suco de laranja (um litro) chega a R$ 6.
"A equação a ser resolvida pelos exportadores brasileiros de suco de laranja não é nem um pouco fácil. O primeiro, é que nenhuma dessas empresas possui marca própria. Logo, não temos controle da cadeia", disse Lohbauer.
Segundo o presidente da CitrusBR, na guerra mundial de bebidas, os sucos perdem para refrescos (2,7%), café quente (8,2%), água engarrafada (15,3%) e chá quente (20,9%), que é o líder mundial no ranking do consumo de bebidas.
A tonelada do suco de laranja tem sido comercializada em torno de US$ 2.500, informou Lohbauer. Já o de maçã -segundo lugar na categoria sucos- é colocado nos terminais europeus por cerca de US$ 700 a tonelada. "É uma guerra desleal e precisamos encontrar uma saída", disse.
Além disso, a campanha terá como objetivo introduzir o suco de laranja em outros momentos do dia, que não apenas o café da manhã. Levantamento das empresas indica que 78% do consumo de suco de laranja acontece dentro de casa.
Veículo: Folha de S.Paulo