Itaipava vende mais cerveja que Brahma e Skol

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Vantagem da Petrópolis sobre a Ambev ocorre nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro


Na vice-liderança do mercado brasileiro de cervejas desde o último mês de setembro, o Grupo Petrópolis alcançou o posto não só tirando vendas de sua concorrente direta, a Schincariol, como também vem batendo as principais marcas da gigante Ambev nas duas principais regiões do país. Segundo dados obtidos pelo Brasil Econômico junto ao mercado para a venda de latas no varejo, a Itaipava, principal produto do portfólio da Petrópolis, está na frente tanto de Brahma quanto de Skol para as vendas nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, que juntas somam mais de 30 milhões de habitantes.

De acordo com o levantamento, realizado pela Nielsen, a Itaipava lidera as vendas nesse segmento em São Paulo com 31,7% de participação e uma boa margem à frente das concorrentes Brahma (20,2%) e Skol (19,2%). Já na Grande Rio de Janeiro, a líder de mercado para a comercialização de latas em redes de auto-serviço é a marca Antarctica, da Ambev, com 27,9%. A Itaipava, que vem na segunda posição, tem uma participação de 21,9% e supera a de Brahma e Skol juntas. (veja quadro nesta página).

“Esse forte desempenho é fruto do trabalho de marca que realizamos junto aos consumidores nessas duas regiões”, afirma Douglas Costa, gerente de marketing e porta-voz do Grupo Petrópolis. Sobre as insinuações de haver sonegação fiscal no segmento, o executivo afirma que “100% das linhas de produção da companhia trabalham com o sistema Sicobe”, da Receita Federal para supervisionar a produção de bebidas.

Na avaliação do consultor Adalberto Viviani, especialista em bebidas e presidente da consultoria Concept, o desempenho de Itaipava no segmento deve- se a três fatores: percepção positiva do mercado sobre o produto, boa distribuição e forte investimento em ações promocionais. “Essa participação alcançada não é pelo preço como muitos imaginam. Itaipava é uma marca sem rejeição entre os consumidores e isso faz toda a diferença em uma disputa acirrada como é o mercado de cervejas.”

Parcela considerável

Apesar dos dados corresponderem apenas às vendas de latas em redes de auto-serviço (hipermercados, supermercados e lojas de conveniência), vale lembrar que esse canal correspondeu a 80% das vendas de cerveja em setembro, segundo levantamento da Kantar Worldpanel.

Por ter um volume de cerveja bem menor que as garrafas de vidro, as latas têm uma participação entre 30% e 40% do volume total comercializado no segmento. Para o Grupo Petrópolis, entretanto, esse tipo de embalagem corresponde a 45%. “Pela presença mais antiga no Rio de Janeiro, também temos forte presença com garrafas naquela região”, diz Costa.

Durante a divulgação de seus resultados, o vice-presidente financeiro e de relações com investidor da Ambev, Nelson Jamel, afirmou que a venda de cerveja em garrafas “é proporcionalmente o dobro” de latas dentro da companhia. Contatada para falar sobre vendas de latas, especificamente, a empresa não atendeu a solicitação até o fechamento desta edição.

Visibilidade em alta

O grupo Petrópolis também aumentou seus investimentos em marketing. Segundo o ranking de maiores anunciantes do país realizado pelo Ibope Monitor, a companhia investiu R$ 484,4 milhões no primeiro semestre, quase 55% sobre o investido no mesmo período de 2010. A Petrópolis passou do 11ª posição para ocupar o 6º lugar entre os maiores anunciantes do país. A Ambev é a 3ª posição. ■

 
Câmbio derruba lucro da Ambev


Segundo empresa, variação do câmbio foi o principal motivo para a queda no resultado

O aumento dos custos e despesas da Ambev entre os meses de julho e setembro deste ano levarama maior companhia de bebidas do país a ter uma queda de 7% em seu lucro líquido na comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo R$ 1,68 bilhões. Segundo a companhia, o principal motivo para esse resultado negativo foi a variação cambial que fez com que o Real se desvalorizasse em relação às moedas estrangeiras, como o dólar, principalmente.

“Isso nos levou a uma perda no Brasil mas que foi compensado com os ganhos que tivemos lá fora”, argumenta Nelson Jamel, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Ambev, comentando que a companhia como um todo também abrange outros mercados como Argentina e Canadá. “Houve essa despesa maior no mercado brasileiro mas no consolidado o impacto foi zero”, completou o executivo. Nos três meses, a despesa da companhia foi de R$ 1,8 bilhão, uma alta de 2,3% sobre 2010.

Investimentos

Fora a queda no lucro da companhia, a Ambev teve alta de 10,6% em sua receita líquida no trimestre chegando a R$ 6,3 bilhões. Só em cerveja, foram vendidos 2,06 bilhões de litros no país, com alta de 1,7%.

Com um plano de investir R$ 2,5 bilhões para expandir sua capacidade de produção instalada ematé 10%, verba recorde no segmento, a Ambev afirma que fechou omês de setembro com R$ 2,1 bilhões inseridos em obras de ampliação e modernização de suas fábricas. Entre os destaques, está a unidade de Sete Lagoas (MG), que receberá até o final deste ano R$ 250 milhões para dobrar sua capacidade, e a fábrica situada em Piraí (RJ) que terá um aumento de 35% em sua produção com investimentos de R$ 160 milhões.

Para o ano que vem, o executivo da Ambev afirmou que a companhia “ainda não definiu os investimentos para 2012” e que a expectativa sobre vendas para o próximo período dependerá das medidas do governo frente à crise internacional. “Se repetir o que foi feito em 2009, nossa expectativa é muito boa. Mas não tem como fazer uma projeção”, afirma Jamel, lembrando que até o momento já foramrealizados dois cortes de juros por parte do governo para preservar as vendas no país. ■


Veículo: Brasil Econômico


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