A Diageo, maior fabricante mundial de bebidas destiladas, registrou aumento de 6% da receita líquida no mundo no ano fiscal encerrado em 30 de junho, em relação ao mesmo período do ano anterior, para 10,7 bilhões de libras esterlinas (US$ 16,8 bilhões). O lucro operacional avançou 9% para 3,2 bilhões de libras. Já nos mercados emergentes, que representam quase 40% das suas vendas, a receita cresceu 15% e, o lucro operacional, 23%. Nos mercados emergentes, a empresa destaca Brasil, Venezuela, México, Rússia e alguns países da África e da Ásia.
"Aumentamos a nossa presença nos mercados de crescimento mais rápido do mundo, por meio de aquisições e crescimento orgânico forte", disse em nota Paul Walsh, presidente da Diageo, dona das marcas Johnnie Walker e Smirnoff. No Brasil, a Diageo anunciou a compra da Ypióca em maio, por R$ 900 milhões. A Ypióca é a segunda principal marca de cachaça do país, depois da 51, da Cia. Müller de Bebidas.
"Terminamos o ano com a aquisição emocionante da Ypióca, que irá expandir dramaticamente a nossa presença no Brasil", afirmou Randy Millian, presidente da Diageo para a América Latina e o Caribe. Na região, as vendas líquidas cresceram 17% para 1,2 bilhão de libras, enquanto o lucro operacional subiu 22%, atingindo 381 milhões de libras.
O mix de produtos registrou aumento de preços de nove pontos percentuais no Brasil, Paraguai e Uruguai. Mais de 60% do crescimento das vendas líquidas nos três países foi impulsionado por uísque, principalmente Johnnie Walker e Old Parr. Os investimentos em marketing aumentaram 14%, puxados pela campanha "Keep Walking Brasil" e pelo maior número de distribuidores em regime de exclusividade. As vendas de vodca cresceram 20%, impulsionadas pelas marcas Smirnoff e Ciroc.
Em entrevista ao Valor em 13 de agosto, o presidente da Diageo para o Brasil, Paraguai e Uruguai, Otto Von Sothen - que deve ser substituído a partir do dia 1º por Olga Martinez - disse que a empresa está deixando de trabalhar só com atacadistas para ter também uma equipe de distribuidores exclusivos de todas as suas marcas.
A Diageo está perto de um acordo para comprar a tequila José Cuervo, que pertence à família Beckmann, do México, informou ontem a agência Dow Jones, citando como fonte reportagem do jornal britânico "Sunday Times". O valor da aquisição gira em torno de US$ 3 bilhões.
Veículo: Valor Econômico