Com um investimento total de R$ 1,8 bilhão, a fabricante de bebidas Petrópolis, dona da marca Itaipava, espera consolidar a segunda posição no ranking nacional de cervejas após a entrada em operação de suas duas novas fábricas no Nordeste.
A cervejaria divide hoje a vice-liderança com a Schincariol (controlada pela japonesa Kirin), com 10,7% das vendas, segundo dados mais recentes da Nielsen.
Na sexta-feira, a Petrópolis anunciou um investimento de R$ 600 milhões em uma fábrica em Pernambuco. O diretor de mercado da empresa, Douglas Costa, disse que o crescimento no Nordeste vai garantir a segunda posição nacional. "Esperamos aumentar de 0,5% para 15% a nossa presença no Nordeste nos próximos anos, o que vai aumentar nosso 'market share' nacional entre dois e três pontos", estimou o executivo.
No início de julho, a Petrópolis anunciou a construção de uma unidade em Alagoinhas, no interior baiano, que já teve as obras iniciadas. Assim como a fábrica de Pernambuco, que será erguida pela Odebrecht na cidade de Itapissuma, a unidade baiana vai custar R$ 600 milhões e terá capacidade para 600 milhões de litros por ano.
As duas fábricas serão instaladas em municípios onde cervejarias rivais já estão operando, caso da Ambev, em Itapissuma, e da Schincariol, que tem fábricas tanto no município pernambucano quanto em Alagoinhas. A justificativa técnica é que as fabricantes buscam sempre o local onde há abundância de água, por isso a escolha pelos mesmos municípios.
Já em termos mercadológicos, o plano da Petrópolis ao desembarcar no Nordeste é atacar o mercado onde a Schincariol tem a maior fatia no país, cerca de 30%.
O grupo deve investir ainda R$ 200 milhões em infraestrutura de distribuição e outros R$ 400 milhões em marketing. Uma das frentes deve ser a disputa pelo patrocínio do carnaval de Salvador e do Recife. "O objetivo é entrar nessa briga", afirmou Costa.
Veículo: Valor Econômico