Setor registra alta de até 25%.
O consumo de vinhos em períodos de baixas temperaturas tem ajudado a alavancar as vendas do produto em Belo Horizonte. A comercialização da bebida, reconhecida como propícia para o inverno, registrou crescimento entre 5% e 25% nas casas de vinhos da Capital em relação ao inverno passado e cria expectativas positivas para o desempenho desses estabelecimentos em 2012.
Segundo o sócio-proprietário da Casa do Vinho, no Barro Preto, região Centro-Sul da Capital, Armando Martini, as vendas neste inverno tiveram uma alta de 5% a 10% na comparação com igual período do ano passado. "Neste inverno, o frio se estendeu por um período maior, o que contribuiu para o aumento das vendas", diz.
Para o gerente da Casa Rio Verde Haender Roberto, o frio prolongado durante a estação foi determinante para ajudar a melhorar os resultados da rede de lojas. "Agosto, tradicionalmente, é um mês de queda nas vendas, mas neste ano, as baixas temperaturas perduraram e as vendas cresceram entre 5% e 10%", revela ele.
A expectativa do setor para os próximos meses, especialmente para o final do ano, segundo Roberto, também é positiva. " o período mais aguardado pelo setor", afirma. Neste período, ele espera um crescimento da mesma proporção, entre 5% e 10% ante 2011. "Setembro e outubro são meses de entressafra, mas as festas de final de ano, confraternizações de empresas ajudam a movimentar o setor", aponta.
Na Casa Geraldo Vinhos Finos, no bairro de Lourdes, também na região Centro-Sul de Belo Horizonte, o desempenho das vendas foi positivo, com alta de 5% nas vendas da bebida, em relação ao mesmo período do ano passado, conforme o gerente do estabelecimento Leonardo Gomes.
Contramão - Para o gerente da Gramado e Canela, casa de vinhos gaúcha com filial em Belo Horizonte, Sérgio Giraldi, não houve crescimento nas vendas da bebida no período. "Nossos estabelecimentos no Rio Grande do Sul têm geralmente um acréscimo de 30% nas vendas neste período. Como em Belo Horizonte o frio não é tão rigoroso, não notamos uma diferença tão grande nas vendas de vinhos", ressalta.
Apesar disso, Giraldi confia em um crescimento nas vendas em torno de 10% para o final do ano. "Fazemos uma previsão realista e esta estimativa é feita com cautela, porque temos uma crise econômica que não nos permite ousar mais", reconhece.
Cristóvão de Morais Filho, sócio-proprietário da Royal Vinhos, informa um incremento de até 25% nas vendas neste inverno se comparado a igual período do ano passado. "Este inverno foi muito positivo para nós", apresenta. Morais Filho também espera um incresmento da mesma ordem para o final do ano, na comparação com 2011. "O período natalino é a melhor época para o comércio de bebidas em geral", destaca.
Sazonalidade - Se os meses de novembro e dezembro são os melhores para o segmento, janeiro e fevereiro são, reconhecidamente, meses muito ruins para as vendas de vinhos. "Nos dois primeiros meses do ano, as vendas do produto caem mais de 30%", revela o gerente da Casa Geraldo Vinhos Finos, Leonardo Gomes. Além do calor nesse período, as férias também comprometem o desempenho dos estabelecimentos. "Em Belo Horizonte, as pessoas têm uma cultura muito forte de viajar nas férias e isto atrapalha muito as vendas nesses meses", revela Sérgio Giraldi, gerente da loja Gramado e Canela. "Com as vendas menores no início do ano, temos que equilibrar a receita com outros produtos do mix", explica Morais Filho, sócio da Royal Vinhos.
Veículo: Diário do Comércio - MG