Barreira a vinho importado não deve sair

Leia em 2min

Os técnicos do Ministério do Desenvolvimento recomendarão a rejeição do pedido dos produtores nacionais de vinho para adoção de medidas de salvaguarda contra o vinho importado de países de fora do Mercosul.

O pedido, que deixa de fora as compras de vinho argentino e uruguaio, reivindica a criação de barreiras, possivelmente cotas de importação, contra vinho estrangeiro, especialmente o europeu e o chileno. Os produtores nacionais argumentam que querem apenas conter o crescimento das importações de vinho em limites que não ameacem a produção nacional.

A decisão final deve ser anunciada apenas nos primeiros dias de setembro, após a viagem do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, a Cuba, nesta semana. Após analisar mais de 300 manifestações de interessados, desde maio, quando foi aberto o processo de análise das salvaguardas, os técnicos do ministério não consideraram os argumentos dos produtores brasileiros consistentes com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), que só permitem esse tipo de barreira quando comprovado um surto imprevisto de importações que ameace a produção nacional.

Os fabricantes brasileiros argumentaram que a crise mundial levou os vinhedos tradicionais a buscar alternativas, inundando mercados dinâmicos como o Brasil. Importadores e consultores ligados aos produtores estrangeiros contestaram essa tese. Segundo dados encaminhados à secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, os países que reduziram suas vendas à Europa, Austrália, aos Estados Unidos e à África do Sul, não buscaram compensação no mercado brasileiro. O Chile, um dos países que que mais aumentaram suas vendas ao Brasil, até elevou as exportações para a Europa.

Grande mercado para os produtores mundiais de vinho, os Estados Unidos chegaram a reduzir as importações da bebida em 2008, mas o consumo se recuperou depois e as importações chegaram, em 2010 e 2011, a níveis superiores aos de antes da crise financeira.

Os produtores da União Europeia alegaram que, embora o consumo europeu tenha caído, esse movimento é mais antigo que a retração econômica da região, e está ligado a mudanças de hábitos de consumo.

O governo brasileiro analisa, agora, o que fazer para atender ao temor dos produtores nacionais, que vêm perdendo espaço para os concorrentes do exterior, com vinhos de melhor qualidade a preços menores. Uma reunião com o setor pode ser convocada para apresentar os resultados do processo de análise do pedido de salvaguardas, nos próximos dias.



Veículo: Valor Econômico





 






Veja também

Krug Bier prevê crescimento de 10%

Atualmente, a fábrica produz 200 mil litros de cerveja e chope por mês A tradicional cervejaria belo-horiz...

Veja mais
Vinhos

Foi por água abaixo a tentativa das entidades que representam os produtores de vinho brasileiros, baseados no Rio...

Veja mais
Investimento da Petrópolis soma R$ 1,8 bilhão

Com um investimento total de R$ 1,8 bilhão, a fabricante de bebidas Petrópolis, dona da marca Itaipava, es...

Veja mais
El Niño: esperança para as cervejarias

Analistas do setor de bebidas estão otimistas com a expectativa de vendas para o verão 2013 no País...

Veja mais
Vinho importado da Austrália pode desaparecer do Brasil

Produto pode sumir caso salvaguardas contra as bebidas importadas sejam aprovadas pelo governo brasileiro Eles mal cheg...

Veja mais
Ex-estagiário troca gravata por suco de caixinha

Presente em 3.000 pontos de venda, empresa do bem mira expansão no NEMarketing e política despojada de tra...

Veja mais
Pernambuco terá meio bilhão da Petrópolis

A fabricante de bebidas Petrópolis, dona da cerveja Itaipava, anuncia hoje a construção da sua sext...

Veja mais
Nos emergentes, Diageo cresce 15%

A Diageo, maior fabricante mundial de bebidas destiladas, registrou aumento de 6% da receita líquida no mundo no ...

Veja mais
Heineken cresce no mercado premium

Entre fevereiro e julho, a participação da cerveja Heineken no Brasil passou de 0,3 ponto percentual para ...

Veja mais