Suco integral vai disputar espaço com mate em galão em praias do Rio

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O intenso calor carioca motivou a empresa do bem (com letras minúsculas mesmo) a colocar vendedores de seus sucos integrais, até então só vendidos no supermercado, no badalado posto nove da praia de Ipanema.

Uma das poucas empresas brasileiras a produzir sucos com 100% de fruta - a maior parte dos produtos vendidos nos supermercados tem apenas 30% e entram na categoria dos néctares -, a do bem decidiu a partir deste mês concorrer com o já tradicional mate em galão. A briga promete ser difícil, já que o mate é considerado um patrimônio das praias cariocas, junto com os biscoitos de polvilho Globo.

A oferta dos sucos naturais da do bem em Ipanema está em fase de experimentação, com 10 vendedores atuando, e nos próximos três meses deve se estender a outras praias, como Leblon, Barra da Tijuca, Leme e Copacabana.

Os galões de aço são biotérmicos, de forma a manter a bebida gelada, e coloridos, para se parecerem com as embalagens irreverentes da marca. "Como o galão é isotérmico, garantimos suco gelado, mesmo se estiver fazendo 50 graus", afirma Marcos Leta, de 30 anos, fundador e presidente da empresa, que largou seu emprego no mercado financeiro em 2007 para iniciar a empreitada. De fato, a declaração de Leta não é exagerada, já que nas últimas semanas de dezembro o Rio registrou sensação térmica acima dos 50º C.

Nas praias, o copo de 300 ml de mate custa R$ 3 ou, na promoção, dois por R$ 5. Já o suco do bem sai mais caro. Um copo de 300 ml é vendido por R$ 4 e um de 400 ml sai por R$ 5. "Como nosso escritório fica em uma casa em Ipanema, a dois quarteirões da praia, percebemos que existia essa necessidade de bebidas saudáveis. Não discordamos do mate de galão, foi daí que surgiu ideia. Mas existe uma galera que não toma mais, por não saber a procedência da bebida", diz Leta.

Apesar de não divulgar números, a expectativa da empresa é que as vendas aumentem 20% no verão de 2013. Nos supermercados, a do bem conta hoje com uma distribuição em 4 mil pontos de venda em oito Estados do país. A expectativa é chegar em 2015 com 20 mil pontos e estar presente em todos os Estados brasileiros.

Leta afirma que a empresa tem sido alvo do interesse de fundos de investimento, mas até agora o empresário resistiu em ceder o controle da companhia. Ele não revela seu faturamento, mas diz que, por enquanto, a do bem tem se sustentado com as vendas, não precisando de aportes de investidores. Nos supermercados, os sucos da marca também são mais caros que os chamados néctares, chegando a custar R$ 6. Seus principais concorrentes diretos são as garrafas de suco de uva natural, que também têm 100% de fruta.

"Estamos construindo essa categoria de sucos integrais no Brasil, que movimenta US$ 4 bilhões nos Estados Unidos e já é bem consolidada na Europa", diz Leta. "O mais engraçado disso é que a maior parte dos cítricos vem do Brasil. Não faz sentido ter suco de qualidade lá e não poder ter aqui."

A tecnologia usada nas embalagens do suco do bem, que também não tem açúcar nem conservantes, é a mesma utilizada nas papinhas de bebê. O suco é colocado a vácuo nas caixas e tem prazo de validade de quatro meses, enquanto os sucos com conservantes duram até 12 meses.

A empresa só contrata vendedores que já têm autorização da prefeitura para trabalhar como ambulantes nas praias. Segundo a Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop), estão autorizados a exercer a atividade 1.123 barraqueiros (com 820 auxiliares) e 1.079 ambulantes. O cadastramento foi iniciado em setembro de 2009.



Veículo: Valor Econômico


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